Por Eduardo Alves


As provas apresentadas por Francisco Paiva abordam a questão do desenho

Estudar e perceber os objectos, os conceitos, a matéria, as ferramentas, as condicionantes e os fins da prática e da teoria do desenho foram os objectivos de Francisco Tiago Antunes Paiva. O investigador apresentou e justificou no passado dia 12 o Relatório de uma aula teórico-prática subordinada ao tema "Escala e Proporção". No dia seguinte, perante um júri composto por Inmaculada Jiménez Huertas, professora catedrática de Desenho da Facultad de Bellas-Artes da Universidade do País Basco, que arguiu, António Carreto Fidalgo, professor catedrático do departamento de Comunicação e Artes da Universidade da Beira Interior e António Rebelo Delgado Tomás, professor auxiliar do departamento de Comunicação e Artes da UBI, discutiu-se o trabalho de síntese, intitulado, "O Que Representa o Desenho Moderno?".
Após dois dias de provas e de alguns anos de prática docente e de investigação, Francisco Paiva refere que a obra de arte está para lá da matéria, mas que esta é um meio para se atingir um fim. Segundo este investigador, que analisou o trabalho dos mais reconhecidos autores e artistas do período compreendido entre o Quattrocento e a contemporaneidade, o desenho deve ser encarado como um mediador. Em toda a obra transparece o pensamento e uma vontade humana. Mesmo no desenho assistido por computador é o homem a comandar, sublinha o autor deste trabalho. Nenhuma máquina cria arte.
A arte é "uma forma de expressão e de materialização das inquietudes e dos projectos mais ambiciosos e nobres do homem", adianta Francisco Paiva. E por falar em expressão, este trabalho também aborda a etimologia e a evolução da palavra "desenho". O autor destas provas fala ainda na institucionalização do ensino desta arte, "a mãe de todas as artes". Concepções e teorias que lhe valeram a aprovação com classificação de "Muito Bom".