Por Eduardo Alves


A participação em projectos comuns é uma possibilidade para a UBI e para o LNEC

Dentro em breve, alguns projectos a decorrer na UBI, no âmbito da Engenharia Sísmica, podem ser realizados em colaboração com o LNEC. Logo após a visita de Rogério Bairrão, engenheiro mecânico e membro da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica (SPES), os responsáveis da UBI e o convidado falaram sobre futuras ligações.
As parcerias entre as instituições em causa devem continuar, a breve trecho, com a realização de aulas práticas e palestras, como a que foi organizada por António Mendes, docente do Departamento de Engenharia Electromecânica, na passada sexta-feira, 15, no anfiteatro 8.1. Posteriormente, a ligação actualmente existente entre as duas instituições, que surgiu no âmbito do doutoramento de Helder Correia, assistente do Departamento de Engenharia Electromecânica, poderá vir a ser reforçada e projectos que estejam a decorrer quer na UBI quer no LNEC, podem passar a ser realizados em conjunto.
Quanto ao tema trazido por Rogério Bairrão, investigador principal do LNEC, os alunos de engenharia tomaram conhecimento com um ramo da construção “que não é muito levado em linha de conta”. Segundo este investigador, “existe um bom conhecimento do tipo de construção que se deve utilizar, assim como, dos materiais a empregar e até de como fazer as coisas bem feitas”. No entanto, a falta de fiscalização, a pouca atenção dada pelos proprietários e o descuido dos construtores “fazem com que os imóveis portugueses não estejam protegidos para abalos sísmicos”.
Este elemento da SPES refere que as grandes construções, como pontes, obras públicas e outras “são vistoriadas e cumprem com os requisitos”. O problema está “nas habitações de cada um de nós”, acrescenta. A resolução deste problema passa pela maior fiscalização dos responsáveis, bem como, “uma mobilização da sociedade civil”. Na perspectiva deste engenheiro, os proprietários devem saber o tipo e a forma de construção da sua casa, os materiais e a segurança colocados no imóvel.
Um outro ponto abordado ao longo da palestra foi o dos edifícios antigos. Para Rogério Bairrão, a engenharia depara-se “com graves e difíceis problemas”. No caso de edifícios centenários, “o risco de colapso em situação de sismo, é muito maior”. Um problema aumentado pelo facto de “nesses casos, pouco há a fazer se não demolir, como forma de precaução”. Uma medida nem sempre acatada pelos proprietários.