Diários
de Che Guevara
de Walter Salles
Por
Eduardo Alves
É
sobre “La Poderosa”, uma enorme moto 1939
Norton 500 que dois jovens argentinos partem em descoberta
da América Latina. Uma aventura que Ernesto Guevara
(Gael García Bernal) e Alberto Granado (Rodrigo
de la Serna), o primeiro com 23 anos e o segundo com 29,
consideravam como mágica.
Mas para além do grande continente, os dois jovens
vão também ser confrontados com uma realidade
social e política deveras marcante. O diário
de bordo desta odisseia vai transformar a vida destes
dois jovens nascidos no seio da classe burguesa de Buenos
Aires. Uma das características marcantes deste
filme á o lado humano presente em quase todas as
cenas.
Deixando de parte a abordagem política directa
e os conflitos armados “Diário de Che Guevara”
dá primazia às vertentes social e cultural.
Durante toda a viagem, os dois jovens percorrem montanhas
e desertos, contactam com ricos e pobres e absorvem assim
uma ideia base e uma vontade inabalável de mudar
o mundo.
Destaque para as cenas que documentam a chegada dos dois
jovens à colónia de lepra de San Pablo,
localizada nas profundezas da Amazónia peruana.
Com tanta miséria e tão poucos recursos
humanos, estes dois jovens ganham determinação
e vontade de mudar a sociedade da época. Algo que
se veio depois a registar, transformando-os em duas das
mais importantes figuras políticas do século
XX.
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