José Geraldes
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Cinco
mil
Com este número
de 8 de Outubro, o Notícias da Covilhã atinge,
ao longo dos seus 91 anos de existência, a publicação
de cinco mil edições. É uma data
a assinalar, pois não obstante as dificuldades
de toda a ordem surgidas em várias épocas,
o NC chegou aos seus leitores, levando as notícias
da Região e os comentários sobre os acontecimentos
locais e nacionais.
É uma gesta heróica de que o leitor quase
não se apercebe, pois não imagina todo o
processo que põe o jornal nas suas mãos.
E tudo isto resulta de um trabalho colectivo. E de muito
espírito de equipa.
Fazer este trabalho todas as semanas exige uma atenção
especial. E, quando se não têm os meios ao
nível de igualdade da concorrência, o esforço
atinge as raias do heroísmo.
Os conteúdos procuram ir ao encontro dos leitores,
mantendo sempre a matriz de inspiração cristã.
E mesmo abordando problemas de fronteira no sentido de
nada do que diz respeito ao homem, seja estranho ao jornal.
Todos os problemas respeitantes Covilhã e à
Cova da Beira têm sido analisados com profundidade,
sem cedências a compadrios e cumplicidades ideológicas.
Temos tratado com abertura todas as questões de
todos os quadrantes de pensamento. Mas numa linha de independência
que nos tem saído cara, até em termos de
concessão de publicidade.
O NC tem-se modernizado o melhor possível, através
dos tempos, acompanhando a evolução dos
recursos tecnológicos. E, a nível da equipa
redactorial, investiu-se em jornalistas jovens, formados
na Universidade da Beira Interior e que ombreiam, sem
qualquer espécie de favor, com as equipas dos jornais
da concorrência.
Também o NC tem sido uma verdadeira escola de jornalismo,
com a introdução de ofertas de estágios
profissionais. Vários órgãos de comunicação
beneficiam hoje da formação dada no NC.
Uma pergunta delicada pode colocar-se : a Covilhã
tem correspondido a todo este esforço ? Sem ofensa
para ninguém, somos obrigados a dizer que a resposta
é negativa. Seja a nível de concessão
de publicidade, seja a nível e escolha do NC para
promoção de acontecimentos regionais.
Quando questionamos os responsáveis, as respostas
não nos convencem. As desculpas são esfarrapadas.
Sem nenhum sentido. Mas, claro, quando precisam de serem
promovidos como personalidades batem à porta do
NC e estranham se se colocam reticências na resposta.
O cúmulo é ainda virem com o argumento de
que se trata do único jornal da cidade. Mas que
não escolhem para outras iniciativas, preferindo
os jornais de fora da Covilhã.
Mais. Ainda dizem que são bairristas. De quê
? E ignoram pura e simplesmente o NC.
Há excepções. E muitas instituições
cumprem o seu dever.
Este desabafo é legítimo quando o NC cumpre
as cinco mil edições. E é um dever
de consciência denunciar tal tipo de comportamento.
Sabemos que a maioria dos covilhanenses nos acarinha.
Mas é assinando e comprando o NC e preferindo-o
na publicidade que esse carinho se manifeste em plenitude.
Cinco mil edições em quase um século
representa um acontecimento memorável. Que todos
os covilhanenses mudem de atitude, eis os nossos desejos.
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