Diz que não
vê o mundo em linguagem informática, mas
Ângelo Arrifano parece trazer os seus pensamentos
sintonizados nos bits. Este jovem estudante de Engenharia
Informática é o autor de um software único
em Portugal.
A timidez com que começa por apresentar a sua maravilha
tecnológica dissipa-se assim que Ângelo vai
descortinando as potencialidades do seu invento. No ano
passado, ainda como aluno da Escola Secundária
Campos Melo fez parte do Clube de Holografia, promovido
por aquele estabelecimento de ensino. Os hologramas, projecções
de imagens que resultam do cruzamento de linhas, “obtêm-se
através da utilização de lasers”.
Este tipo de material, “muito dispendioso”,
nem sempre está presente nas escolas. Ângelo
Arrifano refere que os aparelhos mais sofisticados “são
difíceis de encontrar”. Daí que o
jovem informático, habituado a adaptar o computador
pessoal às suas necessidades, começou a
desenvolver um software capaz de produzir os hologramas
que o utilizador pretende “sem necessidade de lasers
ou outros instrumentos”. A tudo isto juntou ainda
a concepção de um projector tridimensional,
de forma a que as produções realizadas no
computador possam ser vistas por todos “a três
dimensões”.
As utilizações
do aparelho desenvolvido pelo jovem são
as mais variadas
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Escolas devem fomentar actividades extra-curriculares
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Ainda agora começa a descobrir os cantos aos
edifícios da Universidade da Beira Interior. O
aluno do primeiro ano de Engenharia Informática
sempre estudou na Campos Melo e foi através dessa
escola que apresentou o seu projecto. Um feito que o tornou
num dos vencedores do Concurso de Jovens Cientistas Investigadores,
promovido pela Fundação da Juventude. Na
passada semana, e já como aluno da UBI, foi representar
Portugal no European Union Contest for Young Scientists.
Um evento que teve lugar em Dublin.
Das impressões recolhidas, Ângelo sublinha
que “o projecto suscitou a curiosidade dos júris”.
Embora não tenha arrecadado nenhum prémio
internacional, o jovem covilhanense sublinha que vai continuar
a participar em eventos com o seu projecto. Assim como
“desenvolver mais o modelo”. Sem se considerar
maníaco da informática, este jovem refere
que passa “as horas necessárias” em
frente ao computador.
O que mais traça de positivo é a participação
extra-curricular em actividades escolares. Foi através
de um clube existente na sua escola “que tudo isto
surgiu”. Arrifano refere que “existem matérias
como a física e a matemática que perdem
a piada se forem apresentadas nas aulas sem a componente
prática”. Essa vertente vai aparecer depois
“neste tipo de projectos”. Matérias
como as de física “que não entendia
muito” foram apreendidas “graças a
este projecto”. Daí que os grupos de actividades
a funcionar nas escolas secundárias, sejam, na
perspectiva de Ângelo Arrifano, “veículos
que induzem ao estudo e ao aprofundamento de matérias
dadas nas aulas”. Este jovem defende mesmo que este
tipo de actividades “se devia generalizar”.
Assim como, entrar na avaliação do aluno.
Por enquanto, vai continuar a trabalhar no seu programa
de holografia e no projector de três dimensões,
“e aperfeiçoar alguns programas no meu computador”,
acrescenta.
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