Márcio e Rui Morais parecem esquecer-se da bola e atingem-se mutuamente

Ficha do Jogo

Estádio Municipal Vale do Romeiro
(Castelo Branco)
(02-10-2004)



Árbitro: Rui Tavares
Auxiliares: P. Caramenho e Luís Henriques


Benfica Castelo Branco - 1
Carlos Soares, Rúben, Sérgio Rebordão, Ricardo António, Américo, Daniel Matos, Graça, Bruno Matos, Daniel F. (69), Filipe Avelar, Monteiro (56), Márcio, Prata (84) e Vasco.
Treinador: Quim Manuel


Sp. Covilhã - 1
Luís Miguel, João Real, Luís Pedro (69), Piguita, Banjai, Cláudio, Rui Morais, Pimenta (82), Oliveira, Nuno Coleho, Kaká, Tarantini, Zé d'Angola (75) e Luisinho.
Treinador: Fernando Pires


Ao Intervalo: 0 - 0

Disciplina: cartão amarelo a Graça (15). Vermelho directo a Sérgio Rebordão (66).

Águias e Leões dividem pontos
Covilhã empata em Castelo Branco

Num derby morno, a primeira parte foi demasiado fraca. O Benfica adiantou-se no marcador a meio do segundo tempo, mas o Sporting ainda conseguiu recuperar antes do apito final.

Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi


Não se pode dizer que o primeiro derby distrital da temporada na II B tenha defraudado as expectativas. Mas, seguramente, esperava-se uma partida bem mais emocionante. Frente a frente encontravam-se duas equipas separadas por um ponto – com vantagem para os da Covilhã – na parte superior da tabela. Duas formações rivais por tradição que costumam presentear os respectivos adeptos com exibições de alto nível, e que já não se encontravam em jogos oficiais há dois anos. Mas o jogo a que se assistiu no Vale do Romeiro foi morno, com a bola a ser disputada, sobretudo, a meio-campo.
Ainda assim, destaque para os albicastrenses que, durante os primeiros 45 minutos, embora não tenham dominado claramente, foram os que mais fizeram pela vida. O perigo nunca foi iminente, mas a verdade é que foram os da casa quem mais vezes chegou perto da baliza adversária em condições de inaugurar o marcador. Vasco foi, a este propósito, o mais inconformado entre o bando das águias. Aos 14 e aos 18 minutos poderia ter batido Luís Miguel, mas os remates de cabeça erraram pelas duas vezes o alvo. Depois, aos 35, foi Daniel Matos, de livre directo, a fazer a bola passar muito perto da barra da baliza à guarda do covilhanense.
Os serranos, por seu turno, só por uma vez em toda a primeira parte entrou com perigo na área adversária, e nem chegou a rematar, pois Sérgio Rebordão cortou in extremis, antes que o avançado leonino pudesse dar melhor destino à bola.
De resto, o segundo terço de terreno foi o palco privilegiado pelos jogadores. Isto porque as equipas, que até já se tinham defrontado na Covilhã durante a pré-época (2-2), já se conheciam minimamente e rapidamente encaixaram uma na outra. Os lances de ataque rareavam porque no pensamento dos jogadores das duas equipas ainda pairavam os dois golos sofridos no embate anterior. Por isso, a preocupação maior era defender e tapar os caminhos para a respectiva baliza.

Banjai volta a ser decisivo

À entrada para o segundo tempo nem Quim Manuel, nem Fernando Pires alteraram o xadrez da equipa. Por isso foi sem surpresa que se assistiu a 15 minutos de mais do mesmo. Uma espécie de continuidade da monotonia do primeiro tempo. Mas as coisas não se iam manter assim muito mais tempo. E Quim Manuel foi o primeiro a perceber que tinha que mudar. Ser mais acutilante. Arriscou e… petiscou. Lançou em campo Monteiro e pouco depois estava a colher os frutos. Fernando Pires, por seu turno, demorou a dar um safanão na equipa. Esperou e, depois, desesperou. E só depois do golo do Benfica reagiu. Um golo “patrocinado” pelo recém entrado Monteiro que, cumpriu em curto prazo a missão de dar mais profundidade ao ataque. O golo é de Vasco, é certo (e bem o mereceu), mas a jogada é toda ela do companheiro que cinco minutos antes havia saltado do banco.
Fernando Pires percebe, então, que vai ter que mudar radicalmente de estratégia. Luís Pedro entra para o lugar de Real e os leões passam a ter quatro homens de ataque lá na frente. Em menos de 15 minutos, o técnico serrano ainda lança dois médios de características ofensivas em campo, numa clara tentativa de derrubar a muralha defensiva albicastrense que se fechava completamente à volta da área. Por esta altura já os da casa se encontravam reduzidos a dez unidades devido à expulsão de Sérgio Rebordão por alegada agressão a Real. A avalanche ofensiva do Covilhã era tal que, mesmo sem criar oportunidades claras, obrigava todos os elementos encarnados a recuar atrás da linha da bola.
Nos últimos dez minutos a pressão intensificou-se e o Benfica acabaria mesmo por ceder a cinco minutos do fim. Káká cobra canto da esquerda e Banjai, mais alto que toda a gente, cabeceia para o fundo da baliza de Carlos Soares. Estava feito o empate e o resultado final, que, bem vistas as coisas, acaba por ser o mais adequado ao que se passou em campo.