Adeus, Descartes
Keith Devlin
“O que é que é
preciso para ler este livro? Curiosidade, e nada mais. Curiosidade
sobre ciência, lógica e matemática, mas,
acima de tudo, curiosidade sobre nós próprios,
sobre aquilo que é ser humano”
Por Catarina Rodrigues
Keith Devlin,
doutorado em Filosofia, defende neste livro que é tempo
de aceitar que a lógica não pode apreender os
processos reais do pensamento humano. Para comprovar a sua
tese, o autor apresenta um conjunto de descobertas que mostram
que muitas formas de pensamento são perfeitamente racionais,
mas ao mesmo tempo, complemente ilógicas.
Ao longo da obra são levantadas várias questões
que podemos até já ter colocado no nosso quotidiano.
Quais são as leis do pensamento que permitem que os
seres humanos raciocinem e comuniquem de forma tão
eficaz? Poderão as regras do pensamento e da linguagem
ser escritas e programadas em computadores de modo a que estes
venham a pensar e a comunicar tão bem como nós?
São assim abordados temas como a inteligência
artificial e as máquinas de computação.
O autor sublinha que devemos considerar que as nossas mentes
se encontram entrelaçadas com o mundo à nossa
volta e que os nossos sentimentos e percepções,
e até as nossas normas sociais, desempenham papéis
cruciais no complexo jogo da cognição humana.
Ao longo do livro, Devlin recorre a autores como René
Descartes, Gottfried Leibniz, George Boole, Alan Turing e
Noam Chomsky, entre outros, para melhor expor o seu ponto
de vista.
O autor diz que “talvez seja injusto responsabilizar
Descartes por toda uma tradição analítica.
Por que não «Adeus, Platão» ou «Adeus,
Galileu» ou adeus a qualquer uma das gerações
de cientistas e filósofos? Por outro lado, é
certamente uma medida de grandeza de Descartes e do significado
das suas ideias o facto de o seu nome ser usado tão
frequentemente para referir certos aspectos da tradição
científica que reinaram durante tanto tempo”.
O conteúdo deste livro abarca categorias como Matemática,
Lógica, Filosofia, Linguística, Informática,
Psicologia e Sociologia. “Adeus, Descartes” é
portanto uma reflexão que atravessa várias disciplinas,
questionando e relacionando diversos pontos.
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