Equações,
cálculos e fórmulas foram colocadas de parte
durante três dias. Na UBI, salas de aula e anfiteatros
estiveram preenchidos, entre 29 de Setembro e 1 de Outubro,
por docentes de matemática que discutiram o ensino
e a evolução desta disciplina base.
O encontro que conta com a participação
de professores vindos de todo o País é “o
mais importante evento promovido pela APM”, adianta
Nuno Candeias. Este professor que desempenha também
funções de directoria na Associação
de Professores de Matemática refere que o Profmat
2004 assinala uma data especial. A organização
comemora 20 anos “a promover estes encontros”.
Candeias salientou também o facto de “este
ano ficar marcado na história do ensino”.
À margem das dezenas de conferências que
tiveram lugar na UBI a colocação de professores
foi assunto obrigatório. O docente sublinhou mesmo
“que uma percentagem significativa de participantes
teve de desistir, em cima da hora, devido à divulgação
dos resultados”.
Nas três conferências plenárias, as
metodologias, as novas fórmulas e as técnicas
mais hábeis para leccionar a Matemática
foram atravessadas por alusões à forma como
o Ministério da Educação “tratou
do destino de 50 mil professores”. Candeias lembra
a frase, em forma de regra matemática, e apresenta
uma nota negativa “a todos os intervenientes no
processo”.
O sucesso da matemática
passa por melhorar as formas de ensino
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Cenário das matemáticas tem de mudar
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Uma das disciplinas base do sistema educativo “encontra-se
com várias dificuldades”. Discutir e tentar
resolver os problemas da Matemática foi um dos
pontos-chave deste encontro. Cerca de 900 professores
debruçados sobre esta temática retiraram
algumas “conclusões importantes”, diz
Fernando Pires, presidente da APM.
Os problemas estão localizados “mas é
muito difícil mudar todo o sistema de ensino”,
explica Nuno Candeias. Há vários anos a
leccionar uma das disciplinas com mais dificuldade para
os estudantes portugueses, este docente refere que “os
professores encontram várias barreiras ao nível
dos programas e das próprias escolas”.
Esta mesma opinião é partilhada por presidente
da APM. Fernando Pires chega mesmo a dizer que “a
matemática continua a ser apresentada como uma
bicho de sete cabeças”. Daí que o
trabalho da associação tem passado por “desmistificar
essa concepção”. Os organizadores
da iniciativa adiantam que “a evolução
tem sido muito fraca”. As principais mudanças
levadas a cabo por docentes “têm sido anuladas
pelo sistema”. Fernando Pires acredita em resultados
futuros “mais positivos”, mas é o primeiro
a lembrar que “os responsáveis políticos
devem apoiar os docentes”.
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