Por Maria João Canadas



Uma peça diferente ocupou o palco do Teatro-Cine da Covilhã

A companhia Jordi Bertran, de origem catalã subiu ao palco do Teatro Cine da Covilhã, no último dia de Setembro, pelas 21 horas e 30 minutos. Um espectáculo de teatro de marionetas, intitulado “Poemas Visuais”.
O imaginário de A a Z criou um mundo de fantasia, na peça de marionetas “Poemas Visuais”, deliciando os espectadores com um mundo repleto de beleza, criatividade e expressividade. É desta forma que se define o espectáculo da companhia Jordi Bertran com a interpretação de Inês Alarcón, Toni Ubach e Eduardo Telletxea.
A ideia original da peça é do director artístico e encenador, Jordi Bertran que teve como inspiração a obra poética de Joan Brossa. O principal objectivo da peça é contar pequenas histórias sem palavras, mas com as letras, numa linguagem universal. Trata-se de uma peça criada em 1994, que percorre o mundo inteiro tendo já ganho três prémios, entre outros que a Companhia já recebeu. A duração do espectáculo foi de 60 minutos e contou com a total adesão do público, tendo nessa noite o Teatro Cine a casa quase esgotada.
É um espectáculo que apela às gargalhadas do público devido à sua componente irónica e ao humor apurado. O poeta cria imagens feitas com letras de espuma que vão saltando de uma maleta, incidindo no mundo do imaginário e do fantástico. À medida que a peça decorre brinca-se com os sons das próprias letras e com as suas formas, dando-lhes vida. As letras personificam-se nos mais simples animais, como um touro construído através do E e do U, um cão, um casal de namorados, entre outras situações do dia-a-dia de cada um de nós.
Cria-se assim poesia sem existir necessidade de construir palavras, brincando com a fonética das letras numa plasticidade surpreendente ao capricho da imaginação. O cenário envolvente trata-se de um espaço totalmente escuro em que as letras de espuma branca brilham e evidenciam-se aos olhos de quem as vê.
No final da peça, depois se percorrer uma multiplicidade de aventuras contadas pelas letras, o público saiu satisfeito. É o caso do espectador João Gazua, que referiu: “estou impressionado com o facto das letras permitirem a criação de coisas tão autênticas”. Um espectáculo que surpreendeu pela sua irreverência e originalidade, confirmando a qualidade das produções de “nuestros hermanos”.





Ficha Técnica



Ideia Original: Jordi Bertran
Manipuladores: Inês Alarcón, Toni Ubach e Eduardo Telletxea
Construção de marionetas, cenografia e ideias: Jordi Bertran,
Toni Zafra, Santi Ernal, Karin Shäfer, Zilda Torres e Miguel Gallardo
Direcção: Jordi Bertran
Vestuário: M. Dolores Fernandez
Fotos: Mireia Margenat