Por Eduardo Alves


A assembleia mostrou-se algo fria no que respeita à linguagem utilizada entre os intervenientes

Foi numa sexta-feira quente que o auditório dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento receberam a Assembleia Municipal. Uma reunião marcada pelo mais recente projecto de Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã. O autarca quer reservar uma extensão de terreno junto ao nó de acesso da Covilhã à A-23, para “construir um aeroporto de raiz”.
Nas palavras do edil, este projecto é bem mais viável do que a “reconversão do actual aeródromo”. Contudo, os representantes dos diferentes partidos políticos lembraram que há pouco mais de dois anos, Pinto “apontava a reconversão do aeródromo, como a única solução”. Este, é pois, o segundo projecto a cair por terra em menos de quinze dias. Recorde-se que a pretensão de construir uma piscina na zona do Complexo Desportivo, foi abandonada em detrimento da construção desta junto ao Jardim do Lago. Um retrocesso que Miguel Nascimento, único vereador da oposição na autarquia covilhanense lembra como “desperdício de tempo e dinheiro”. Carlos Pinto tinha já ordenado um estudo para o actual aeródromo e para a reconversão deste mesmo. No entanto, agora parece ter voltado atrás e espera “que esta obra seja feita num espaço reservado de 3 mil metros, onde se vai proceder a vários estudos”. Este retrocesso é explicado por Pinto devido “à abertura, por parte do Governo, de construir no interior, duas ou três estruturas aeroportuárias que sirvam esta zona do País”.




Pista actual dá fundos para novo aeroporto

Ao que parece, o autarca covilhanense tem planos bem definidos para a ideia que marcou a Assembleia Municipal da passada sexta, 24 de Setembro. Carlos Pinto refere que este não é um projecto para o actual mandato, “será algo para fazer mais tarde”. No entanto, acrescentou que os fundos para uma construção desta grandeza “têm de vir do actual aeródromo”, o restante, “uma parte inferior, será suportada pela administração central”.
Nos projectos do actual executivo camarário, “o aeródromo da Covilhã vai dar lugar a um espaço para urbanização”. A venda dos respectivos terrenos é vista como o “melhor modo de angariar fundos para a construção do novo aeroporto”.



Estacionamento tarifado

O número de lugares de estacionamento pago, "não aumentou"

Numa assembleia onde se fizeram representar as juntas de freguesia do concelho, Carlos Pinto aproveitou para mostrar a cidade. Na projecção feita pelos serviços camarários, Pinto mostra que na Covilhã existem 559 lugares de estacionamento não tarifado, para 169 pagos. Números que levaram Jorge Fael, deputado comunista a levantar algumas interrogações. Estacionados no tema, os intervenientes na assembelia aproveitaram para votar favoravelmente a abertura do silo-auto da Estação. Uma obra conjunta entre a Paróquia da Covilhã e autarquia. Como a silo está pronto, “vamos abrir a sua concessão”, adianta Pinto. Um ponto que levou Fael a arrancar para novas paragens. Segundo o deputado comunista, “há que ter em atenção o espaço circundante ao bairro da Estação”. Isto porque, “com a abertura do silo, não vá depois, a câmara, taxar os lugares que agora são gratuitos”. As trocas de impressões entre Pinto e Fael subiram de tom e o autarca ditou mesmo para a acta o “corte de relações entre a câmara que preside e o deputado comunista. Doravante, aos esclarecimentos pedidos por Fael, Pinto responde “por escrito”.




Polis dentro dos prazos

Outro dos pontos a ser debatido na reunião da Assembleia Municipal foi o estado das obras do Programa Polis. Artur Meireles, deputado socialista interrogou Carlos Pinto sobre “um possível corte de verbas para as empreitadas”. Ao que o autarca covilhanense respondeu com uma análise das principais obras. Pinto garantiu que “o Jardim do Lago estará pronto dentro de duas semanas e a Rotunda do Rato também está a terminar”. No que respeita a possíveis diminuições de verbas, o edil remata que “ainda esta semana a câmara abriu concurso para a ponte pedonal que vai unir os Penedos Altos à rua Marquês D’ Ávila e Bolama”.