Por Eduardo Alves


A UBI foi escolhida 858 alunos distribuidos pelas 32 licenciaturas oferecidas pela instituição

Vagas preenchidas na UBI na 1.ª Fase de Acesso ao Ensino Superior

Começaram as matrículas para os novos “doutores e engenheiros”. A Universidade da Beira Interior recebe este ano, 858 novos alunos na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior.
Das 32 licenciaturas que a UBI lecciona, 15 preencheram já a totalidade das vagas que ofereciam. As áreas mais procuradas pelos novos alunos continuam a recair sobre as Artes, Ciências Sociais e Medicina. Manuel Santos Silva, reitor da UBI considera que “os resultados obtidos pela Universidade são bastante positivos”. Lembra que o número de alunos a concorrer ao superior, está em decréscimo e que este ano, “a UBI abriu mais vagas que no passado”. Um facto que contribui para leituras distintas das percentagens.
No geral, as licenciaturas de Medicina e Arquitectura continuam a ser as mais procuradas. Este ano, a nota do último colocado em Medicina foi de 180,7, enquanto que em Arquitectura, o valor foi de 154,6. Nas restantes licenciaturas há a registar uma preferência pelas Artes e Ciências Sociais. Comunicação com nota final de (129,5), Gestão (104,2), Sociologia (122,0), Psicologia (152,2) ou Design Multimedia (140,0) são algumas das licenciaturas que preencheram a totalidade das vagas. Outro dos casos de sucesso apontados. Para o responsável máximo da UBI, “a adesão total à nova licenciatura só vem provar que são necessários novos cursos, quando estudados e feitos todos os requisitos prévios.





Engenharias e Educação em falta

No que respeita às engenharias e aos cursos relacionados com o ensino, o quadro foi bastante diferente. A nível nacional registou-se uma quebra de 13 por cento na procura de cursos cujas saídas profissionais apontam para a educação. Já as engenharias, que subiram cinco pontos percentuais em número de alunos, registam, na UBI, uma forte quebra.
A título de exemplo, o curso de Engenharia Civil, que abriu 70 vagas, apenas tem 28 alunos. Engenharia Mecânica que abriu 18 vagas, apenas ficou com dois alunos. Situação idêntica acontece com Engenharia Têxtil, que abriu 14 vagas e tem apenas um aluno colocado. Outro dos casos de maior falta de alunos diz respeito à licenciatura em Engenharia da Produção e Gestão Industrial (EPGI), que no ano passado não abriu qualquer vaga. No presente ano lectivo, EPGI oferece dez vagas, mas apenas uma foi preenchida.
Quadro idêntico é registado nos cursos de Física e Química ensino, que ofereciam 15 vagas e apenas um aluno foi colocado. Registo semelhante nos casos de Informática Ensino, com 15 vagas, das quais, apenas quatro se encontram preenchidas e Matemática, ensino que abriu 20 vagas e tem dois colocados. No respeitante ao ensino, o curso de Língua e Cultura Portuguesas foi também um dos mais atingidos pela falta de alunos. Esta licenciatura preencheu apenas três das 25 vagas oferecidas. Contudo, o caso mais flagrante, na UBI, é o do curso de Português e Inglês, onde as 20 vagas abertas a concurso não registaram nenhum candidato.

Problemas de base nas disciplinas nucleares

Para a segunda fase de candidaturas, a UBI oferece 257 vagas

Santos Silva explica a falta de alunos nas engenharias, áreas com mais saídas profissionais, devido “ao crescente desinteresse pelas físicas, matemáticas e químicas”. Um problema que se arrasta do ensino secundário, onde os alunos mostram um desinteresse por este tipo de matérias. Para o reitor da UBI, as Ciências Exactas são fundamentais no desenvolvimento do País, o que força a tomada de medidas para inverter esta situação.
Os responsáveis da Universidade da Beira Interior sublinham também o facto de “continuarem a ingressar no ensino superior alunos com notas negativas”. Algo que não se regista na UBI. Daí que a procura de cursos de Engenharia, nas Universidades, tenha vindo a decair nos últimos tempos, em detrimento dos politécnicos. Para Santos Silva, “deveriam ser tomadas algumas medidas para balizar e generalizar este situação”. Regras iguais para todas as instituições.





Segunda fase com novo fôlego

Para a UBI, a segunda época do concurso nacional arranca com “uma nova força”. Com as vagas que resultaram desta primeira etapa vai ser aberto concurso para as licenciaturas que ainda não estão totalmente preenchidas. O reitor mostra-se confiante quanto ao número de candidatos que possam vir a estudar na UBI. Para já, na segunda fase, a UBI vai oferecer 257 vagas em 17 licenciaturas diferentes. Todos os esforços vão ser feitos para conseguir o maior número de estudantes para a Universidade, sobretudo, para as engenharias.


O panorama nacional do superior



Para o ano lectivo de 2004/2005, concorreram pelo contingente geral ao ensino superior, 42 595 estudantes. De entre este número, 88 por cento conseguiram já a sua colocação. Falando ainda em percentagens, os resultados divulgados no passado domingo adiantam também que dois em cada três alunos foram colocados na licenciatura de primeira opção.
Depois deste concurso, vem a segunda fase, cujos resultados serão conhecidos a 6 de Outubro e as matriculas realizadas até dia 13 do mesmo mês. Para este concurso sobram 5 027 vagas que se distribuem por 523 licenciaturas.