Tragédia
em Foz Côa
Militar da GNR natural da Covilhã morto a tiro
Um dos dois militares
mortos em Freixo de Numão era do concelho da Covilhã.
Chamava-se Sérgio Russo, 27 anos, natural das Cortes
do Meio e que há dois anos era GNR
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NC / Urbi et
Orbi
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"Sérgio Russo, 27 anos, natural de Cortes
do Meio, na Covilhã, foi um dos dois militares
da GNR de Freixo de Numão, Vila Nova de Foz Côa,
que foram na passada semana, mortos a tiro por um indivíduo
que perseguiam. Segundo o relatório da ocorrência,
"os bombeiros foram chamados cerca das três
horas para uma situação de agressão
que envolveria tiros, mas quando lá chegaram os
dois elementos da GNR já estavam cadáveres".
A história resume-se a pouco. Fontes policiais
avançam com o facto de estar a decorrer uma festa
naquela localidade, a da Senhora da Carvalha, onde estariam
presentes os dois soldados da GNR, quando um dos suspeitos
do crime se terá "pegado" com um jovem
e lhe terá apontado uma arma à cabeça.
Um dos guardas terá tentado interceptar o sujeito
e este pôs- se em fuga. Por isso, os dois GNR terão
ido ao posto recolher armas e coletes, indo de encontro
ao suspeito que já estaria em casa. E foi aí
que os guardas acabaram por ser "recebidos"
com tiros de caçadeira e de um revólver,
sendo os dois atingidos mortalmente. De seguida foi montado
um cerco à casa, onde se encontravam os dois suspeitos
do crime, pai e filho. O segundo ter-se à entregue
de imediato, alegando nada ter a ver com as mortes, e
o primeiro, umas horas mais tarde. Os dois já foram
ouvidos na manhã de terça-feira pelo Tribunal
de Foz Côa.
Para além de Sérgio Russo, perdeu a vida
neste incidente o seu colega Francisco Inês, natural
de Vilar Formoso. Os dois estariam há cerca de
um ano a fazer serviço no posto de Freixo de Numão.
Revolta em Freixo de Numão, dor em Cortes
do Meio
Na freguesia do distrito da Guarda, o clima, logo a seguir
ao crime, era de consternação e de pedidos
de justiça. Muitos populares diziam mesmo que "se
estes homens mataram também deviam morrer"
ou "haviam de lhes cortar a mão com que dispararam.
Já nas Cortes do Meio, de onde era natural o soldado
Sérgio Russo, a dor e o choque eram evidentes.
Segundo o presidente da Junta, Paulo Rodrigues, a notícia
foi recebida com consternação e "toda
a gente ficou de boca aberta". A família terá
ficado "em estado de choque". A Junta colocou,
durante dois dias, a bandeira da freguesia a meia haste.
Sérgio Russo cumpria o seu segundo ano consecutivo
na GNR, depois de ter estado durante estes dois anos em
Lisboa,sendo há algum tempo colocado em Freixo
de Numão.
Associação dos Profissionais da
Guarda exige compensações
A Associação dos Profissionais da Guarda
(APG) vai reclamar o pagamento de compensações
às famílias dos dois militares da GNR mortos
em Freixo de Numão, apesar da medida ainda não
ter sido regulamentada.
Segundo o presidente da Associação, José
Manageiro, o subsídio de vida "já foi
negociado" e apesar de não ter sido ainda
regulamentado, "esperamos que isso não sirva
de desculpa". Manageiro acusa ainda de que "falta
investimento" da tutela em coletes à prova
de bala e que por isso, "chegou a hora de o Governo
inverter a sua política relativamente às
condições de segurança dos nossos
agentes".
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