As diversas instalações
dos jardins de infância na Covilhã são
seguras. Quem o garante é a vereadora da autarquia
covilhanense, Maria do Rosário Brito, reconhece,
no entanto, que alguns espaços não reúnem
as “condições óptimas”
por funcionarem em espaços adaptados. Recorde-se
que na passada semana uma página de um relatório
do Ministério do Trabalho e da Segurança
Social (MTSS), tornada pública pelo maestro Luís
Cipriano, sobre as condições de funcionamento
dos jardins de infância da rede pública,
na Covilhã, apontava vários problemas aos
jardins de infância, em relação ao
que é exigido por lei e até em termos de
segurança, no caso do estabelecimento do Rodrigo.
“Não existe nenhum relatório concluído
em Julho último, nem os estabelecimentos foram
visitados durante o corrente ano”, garante, no entanto,
a vereadora Maria do Rosário Brito.
Segundo a vereadora, todos os jardins de infância
do concelho foram alvo de vistorias feitas por técnicos
da Direcção Regional de Educação
do Centro (DREC), de quem depende a autorização
de funcionamento dos infantários. “Temos
34 pré-escolas a funcionar e o processo de abertura
é um processo administrativo em que é necessário
que a Câmara envie a planta do edifício,
a planta de localização, entre outros documento,
e é necessária a visita de técnicos
da DREC”, realça Maria do Rosário.
“Todas são verificadas. E caso houvesse os
disparates referidos pelo maestro, o próprio Ministério
da Educação não permitiria que as
escolas estivessem abertas”, conclui.
Falta de dinheiro adia projecto no Rodrigo
Segundo a vereadora, em cinco anos, ou seja, entre 1998
e 2003, a autarquia investiu sete milhões de euros
em infra-estruturas escolares. No entanto, reconhece que
alguns dos espaços não reúnem as
“condições óptimas”,
mas justifica que muitos dos infantários funcionam
em locais adaptados para o efeito. Já aqueles que
foram construídos de raiz têm as condições
desejáveis para acolher as crianças.
Sobre o jardim de infância do Rodrigo, considerado
o caso mais grave no que diz respeito à falta de
condições, a vereadora reafirma a preocupação
da Câmara em resolver o problema que passa sobretudo
pela falta de espaço. “Já tivemos
um projecto para adaptação e ampliação
da escola”, mas ultrapassou os valores previstos
em concurso. “Por isso, vamos mantendo pequenas
obras”, descreve.
Sindicato dos Professores discorda da vereadora
Já a delegação da Covilhã
do Sindicato dos Professores da Região Centro considera
que os dados constantes do relatório do Ministério
do Trabalho e da Segurança Social acerca da existência
de jardins de infância públicos a funcionar
sem os requisitos mínimos legais no concelho da
Covilhã apontam para "uma situação
gravíssima". No entanto, a estrutura não
se diz surpreendida com os resultados da vistoria e espera
agora que a Câmara da Covilhã proceda a obras
de melhoria das instalações no pré-escolar,
com especial atenção para o estabelecimento
de ensino do Rodrigo. Ana Paula Pires, uma das coordenadoras
do Sindicato, afirma não compreender os motivos
que levam a autarquia a não investir na rede de
infantários públicos do concelho e assegura
que existem instalações com as mesmas condições
"há 20 anos". "Os jardins de infância
estão a funcionar sem qualquer qualidade e isto
é gravíssimo", salienta, ao acrescentar
"que o relatório só vem comprovar aquilo
que o próprio Sindicato já tinha detectado".
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