A singularidade deste
organismo confere-lhe destaque nacional e europeu. O Observatório
para o Desenvolvimento Económico e Social do Concelho
da Covilhã, sediado na UBI é pioneiro neste
tipo de estudo. Esta entidade local tem como objectivo a
recolha de informação de carácter económico
e social, monitorizar os dados obtidos e tecer leituras
sobre os mesmos. De entre os principais passos dados, os
responsáveis destacam “o desencadear de acções
para atracção de investimentos e emprego,
assim como, a leitura das necessidades futuras de mercado.
José Ramos Pires Manso, professor no Departamento
de Gestão e Economia da UBI é o principal
orientador deste organismo.
Na Reunião Transnacional promovida pelo Programa
EQUAL – E-Cooperation for Europe, sob o mote “projectos
Europeus de Cooperação em Consórcio
Orientados ao Sector Têxtil e Vestuário”
Pires Manso explicou o papel que a UBI e o Observatório
têm desempenhado na recuperação destes
sectores que atravessam uma crise de mercado. A criação
deste organismo na Covilhã serve também de
experiência a futuros pólos de investigação
orientados para os mesmos fins. O responsável adianta
que esta unidade de investigação desenvolve
trabalhos vai para dois anos “e o financiamento termina
em breve”. Contudo mantém-se confiante na continuidade
do Observatório. Durante o ciclo de conferências
que decorre no anfiteatro 6.1, Pires Manso apresentou, para
uma plateia de participantes composta por diversas individualidades
nacionais, uma comitiva de investigadores ingleses vindos
de Manchester, outros da Finlândia, Itália
e de Espanha, a acções desenvolvidas pelo
organismo que dirige.
Desde a elaboração de questionários
mensais a trabalhadores e empresários, onde se desenha
uma visão global do mercado e da sociedade, passando
pela construção de um barómetro social
e empresarial do concelho da Covilhã e terminando
na organização de reuniões com todos
os parceiros envolvidos na vida activa da comunidade.
Todas estas acções obtêm, por sua vez,
uma forte repercussão junto das classes operárias
e empresariais. Pires Manso adianta que para além
dos estudos de carácter global que têm vindo
a ser desenvolvidos pelo Observatório, o apoio às
empresas é uma das formas mais eficazes de vencer
crises. Isto porque, o estudo atempado das necessidades
e dos comportamentos dos mercados permite obter uma antevisão
do futuro. Este organismo sediado na UBI tem mantido a preocupação
de indicar aos centros de formação tecnológica,
as áreas de maior procura de mão de obra.
No entender de Pires Manso, “um dos maiores benefícios
do Observatório diz respeito à organização
dos cursos tecnológicos mais necessários para
a requalificação da mão de obra”.
Medir o pulso ao mercado de trabalho e aos movimentos económicos
e sociais através de inquéritos e outras recolhas
de dados que são, posteriormente, analisados e estudados
de forma a “conseguir obter as necessidades de mercado
num futuro a médio e longo prazo”, explica
Pires Manso. Para o docente, os trabalhos realizados pelo
Observatório constituem um manancial de informação
sobre o concelho e alguns sobre a região que é
do interesse de todos.
Europa rendida aos têxteis
A abertura de fronteiras a novos mercados e o aparecimento
de produtos a mais baixo preço têm sido dois
factores que aumentam a crise no sector do vestuário.
Tentar minorar o impacto social e económico desta
mesma crise são objectivos do projecto Readapt
- Rede para o Desenvolvimento Económico e Social
do Concelho da Covilhã. Um organismo que realiza
este encontro europeu de têxteis e vestuário
conjuntamente com o Safta - Sistema de Auto-Formação
e Treino para a Adaptabilidade. Incluindo mais de 15 parceiros,
estas duas entidades têm realizado acções
de formação e projectos que pretendem relançar
os têxteis na região. A vinda de parceiros
europeus à UBI vem no sentido de lhes mostrar o
trabalho e as iniciativas realizadas a nível local
com vista a solucionar a crise nas indústrias do
vestuário. O Observatório, é para
os responsáveis da Associação Nacional
de Industriais dos Lanifícios (ANIL)
a base de todo este projecto. Daí que as próximas
iniciativas programadas para a indústria local
passem pela produção de têxteis de
alta qualidade com novos mercados. Têxteis esses
que requerem maior capacidade técnica e científica.
Uma outra iniciativa apresentada no âmbito deste
encontro foi também a criação de
uma marca local, “Montneve”,
que nasceu da parceria entre várias empresas e
entidades e que pretende lançar alguns produtos
regionais. |