Eram quase quatro horas
da tarde de um sábado normal, quando nas piscinas
municipais de Belmonte um utente teve que ser retirado da
água e assistido, após se ter sentido mal,
dentro de água, o que quase originou o seu afogamento.
O banhista não terá respeitado o tempo de
digestão, e na hora da aflição, acabou
por agarrar-se a outra utente, quase provocando o seu afogamento.
Valeu a rápida intervenção de dois
nadadores salvadores que retiraram da piscina os dois banhistas.
O homem, do qual se suspeitava de congestão, foi
acalmado, fora de água, pelo nadador salvador, que
fez uma primeira imobilização, e aguardou
cerca de três minutos até à chegada
dos Bombeiros Voluntários de Belmonte, que após
estabilizarem o paciente, o levaram ao hospital. Isto, 10
minutos depois do acidente.
Ainda no mesmo dia, e poucos minutos depois, os nadadores
salvadores tiveram que acorrer a uma adolescente que, ao
saltar para a água, bate com a cabeça no fundo
da piscina. Suspeita-se de um traumatismo na coluna, pelo
que os nadadores salvadores levam a jovem para uma zona
de profundidade mais baixa, mas não a retirando da
água, já que esse simples movimento poderia
causar lesões bem mais graves. Quatro minutos depois
chegam os bombeiros, com o material de imobilização
para estes acidentes, ou seja, um plano rígido, uma
espécie de maca flutuante, sobre a qual a jovem é
posta e retirada da piscina, isto seis minutos depois do
sinistro. Onze minutos após o acidente, a vítima
sai do complexo de piscinas, devidamente imobilizada e é
transportada pelos bombeiros locais ao hospital. Dois acidentes
que não aconteceram, na realidade, já que
se tratou apenas de um simulacro de salvamento em situação
de afogamento promovido pela Junta de Freguesia local, à
qual estão concessionadas as piscinas, e pelos seis
nadadores salvadores que, durante o Verão, ali trabalham.
Nesta operação também estiveram envolvidos
os Bombeiros Voluntários de Belmonte, de modo a mostrar
aos utentes que estas situações podem acontecer
e que não se deve intervir "à toa".
Falta uma maca flutuante
Este tipo de acidentes acontece quando menos se espera,
e por isso, mais vale prevenir, com acções
deste tipo, do que deixar afogar. Ou seja, alguns dos
objectivos do exercício passaram pelo teste à
capacidade de resposta dos nadadores salvadores em situação
de emergência em meio aquático, bem como
a cooperação com outras entidades, como
os bombeiros, enriquecer a experiência de todos
os intervenientes, sensibilizar os utentes para os cuidados
a ter e o comportamento manter neste tipo de situação,
bem como promover as piscinas locais enquanto ambiente
seguro, já que aqui existem seis nadadores salvadores,
que se revezam em turnos de dois, o que permite que a
piscina, durante toda a época balnear, e no horário
de funcionamento, entre as 11 e as 20 horas, tenha sempre
duas pessoas em permanência, a vigiar os utentes.
Durante o salvamento, os utentes da piscina seguiram atentamente
tudo o que se fazia. Segundo o comandante dos bombeiros,
António Leitão, houve uma "sincronização
perfeita entre bombeiros e nadadores salvadores",
apesar de muitas pessoas questionarem o tempo de retirada
das vítimas do local. Porém, segundo ele,
é necessário fazer uma "perfeita imobilização"
antes de retirar os banhistas, de modo a evitar "lesões
irrecuperáveis".
Mas esta operação, segundo o presidente
da Junta, António Manuel Rodrigues, teve também
como objectivo detectar falhas. O que se conseguiu, já
que, segundo os bombeiros, é necessário
fazer algumas correcções nas acessibilidades
à piscina, mas acima de tudo é preciso ter
lá um plano rígido, ou seja, uma maca flutuante
para o caso dos traumatizados. É que, não
tendo esse material, se uma vítima ficar demasiado
tempo na água, pode entrar, segundo o comandante
António Leitão, em hipotermia. Uma falha
que a Junta reconhece e que promete corrigir. Segundo
o autarca António Manuel Rodrigues, este tipo de
acidentes "não é frequente", embora
já tenha havido alguns pequenos traumatismos em
crianças "que são sempre muito irrequietas".
O presidente da Junta enaltece o facto da piscina estar
sempre vigiada, o que não acontece em outras, na
região, embora o Instituto de Socorros a Náufragos
(ISN) conte ter formados, na Beira Interior, cerca de
40 nadadores salvadores.
Este ano, esta piscina, que costuma ter grande afluência
de público, segundo a Junta, os piores registos
das últimas três épocas balneares.
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