Como manda a tradição,
o povo voltou a confeccionar as papas de carolo e milho
nas panelas aquecidas a lenha
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Festas tradicionais
de Alcains
Festa das Papas volta
a atrair forasteiros
Partilhar com todos
os que se deslocam à vila um preparado de milho,
cuja confecção ocorre no largo da freguesia.
Este é o espírito presente numa das mais
tradicionais festas da Beira Interior
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NC / Urbi et
Orbi
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A tradicional Festa das
Papas, na vila de Alcains, registou uma enorme adesão
de alcainenses e forasteiros, que se deslocaram ao Largo
de Santo António, para se deliciarem com o "terno
doce" da terra dos canteiros.
Numa iniciativa promovida pela Associação
Recreativa e Cultural de Alcains (Arca) em colaboração
com a Associação de Dadores de Sangue da Beira
Interior Sul, as caldeiras começaram, ao cair da
tarde, a ser aquecidas pelo fogo proveniente da lenha, que
serviu para confeccionar as tradicionais papas de carolo
e milho, dando deste modo cumprimento a uma tradição
que se realiza normalmente em pleno mês de Agosto.
A iniciativa animada por um acordeonista, teve uma quermesse,
onde foram vendidos bolos e ofertas confeccionadas por pessoas
da localidade, assim como jogos tradicionais, com corridas
de saco, carvalhadas, entre outros, que serviu para angariar
fundos para a Associação de Dadores de Sangue
da Beira Interior Sul.
O presidente da Junta de Freguesia de Alcains, Manuel Martins
Marujo, garantiu a continuidade desta tradição.
"Enquanto eu estiver à frente dos destinos da
freguesia vou manter a festa das papas, já que se
trata de uma tradição alcainense, que não
vamos deixar perder no tempo, pois é bastante importante
para a vila, sendo prova disso, a enorme adesão da
população, factor bastante positivo e motivante
para podermos continuar".
O autarca, bastante satisfeito pela realização
deste evento, este ano organizado por duas associações,
considera a festa das papas, "um encontro de convívio
bastante salutar entre os residentes, emigrantes e forasteiros,
que em grande número se deslocam todos os anos à
nossa terra, para estarem presentes nesta tradição
que persistimos em manter".
Jorge Neves, vice-presidente da Câmara Municipal de
Castelo Branco, depois de saborear as papas, disse a sorrir:
"Estavam deliciosas!". No entanto o mais interessante,
segundo o número dois do executivo albicastrense,
"é tentar que estas tradições
não se percam, pelo que temos que continuar todos
a dar as mãos, no sentido de que esta festa que vem
de muitos anos, a sua mensagem possa sempre passar para
os vindouros, porque não podemos esquecer que a cultura
popular é bastante importante, sendo esta uma maneira
de a poder preservar".
A presidente da direcção da Arca, Andresa
Teixeira considera que "esta é uma tradição
que não podemos perder, daí o esforço
que todos tivemos para a realização desta
festa".
Para a confecção das papas, foram necessários
50 quilos de farinha de milho e igual número de leite
e açúcar, quatro quilos de sal grosso e um
elevado número de quilos de laranjas, não
esquecendo que para servir o doce foram necessários
600 pratos e o correspondente número de colheres.
Andresa Teixeira, que elogia as mulheres da vila dos canteiros,
pelo "empenho e esforço que tiveram na confecção
das papas", persiste no entanto em esconder o segredo
da sua confecção. "Sei qual é
mas não vou dizer!", comenta a sorrir. A iniciativa
contou com os apoios da Junta de Freguesia de Alcains e
algumas entidades particulares. |
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