A Câmara Municipal
da Covilhã tem desde o início do mês
a funcionar no Jardim Público uma Biblioteca de
Verão, integrada no projecto "Ler é
altamente", que possibilita às pessoas que
vão até àquele espaço ler
um livro, por exemplo, enquanto tomam um café ali
na esplana ao lado. No entanto este não tem sido
um quadro habitual e, quando questionadas, muitas pessoas
dizem que ainda nem se tinham apercebido que para além
das popocletas também se emprestavam ali livros.
Mas todas sublinham que é uma boa iniciativa.
A biblioteca está aberta entre as 10h30 e as 19h
e vai funcionar até ao final de Outubro, no mesmo
espaço onde também é possível
alugar as popocletas, bicicletas, triciclos e afins destinados
aos mais pequenos, numa barraca de madeira onde estão
duas funcionárias. Mas, diz quem por ali costuma
andar, as popocletas têm bem mais procura que a
biblioteca.
Maioria desconhece
Sónia Geraldes trabalha no bar da esplanada e fica
com a ideia que as pessoas "não sabem muito
bem como é que funciona e mostram mais interesse
pelas popocletas". "Mas quando costumam perguntar
o que é aquilo é à noite, quando
está fechado", sublinha. Sónia Geraldes
aplaude a iniciativa mas diz que não é habitual
os clientes recorrerem ao serviço ali ao lado.
Como justificação aponta o facto de ser
Agosto e os estudantes e covilhanenses estarem fora da
cidade, de férias, e de os frequentadores do espaço
durante este mês serem "mais emigrantes".
Enquanto bebe um refrigerante à sombra das árvores
do jardim Rodrigo Oliveira diz que nunca tinha reparado
que ali também se encontrava uma biblioteca, "uma
boa ideia". No caso de Helena Sofia e Carlos Melo
ficaram a saber recentemente pelo jornal. "Antes
pensava que era só das popocletas", salientam.
Quanto ao facto de ninguém estar a aproveitar a
possibilidade que é oferecida, de ir buscar um
livro mesmo ali ao pé, Carlos Melo realça
que para isso também é preciso "ter
tempo e disposição".
No entender de Nuno Silva trata-se de uma iniciativa meritória,
o que está a falhar, sublinha, é a sua divulgação.
"As pessoas que ali estão podiam ter uma atitude
mais activa. Até se podiam distribuir panfletos
pelas mesas", acrescenta.
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