Novas formas de apresentar
cultura. Sem a bandeja e as características nobres
de algumas elites, o festival multidisciplinar que parou
ali pela Fatela, no concelho do Fundão, mostrou-se
diferente em todos os aspectos. Desde o espaço
de realização, até às entidades
envolvidas.
O caminho de ferro é o ponto de partida de muita
gente. Através daquele fio condutor, muitos foram
os que se ligaram a outras paragens, a outras gentes,
a outras culturas. Por agora, depois do enorme cais de
arrecadação estar vazio e fechado, traçou-se
uma linha imaginária e uniram-se hábitos
e expressões.
O festival multidisciplinar pretende, segundo os seus
dinamizadores, “abrir portas ao mundo”. Senão
veja-se o exemplo deste paralelo 40 que traça uma
linha que atravessa Filadélfia, Indianapolis e
Denver, na América do Norte, Pequim e Bautou, na
China, a mítica cidade de Samarcanda, no Uzbequistão,
Derweze e Turkmenbashy, no Turquemenistão, Ancara
(Turquia), Corfu (Grécia) e Akipa (Japão),
entre outras. Mas, para além disto tudo, o paralelo
40º N atravessa a estação ferroviária
da Fatela no concelho do Fundão.
Numa articulação perfomativa foi possível
ver residências artísticas, workshops, criações,
animações musicais, intervenções
plásticas, fotográficas, vídeo-arte
e literatura. Com uma característica singular,
este evento conta com produções pensadas,
nas diversas áreas artísticas, especialmente
para o local. A iniciativa estende-se por três semanas
no próprio local, apresentando vários artistas
convidados, nacionais e estrangeiros, que para além
das interacções entre si, interagirão
com a paisagem, geográfica, afectiva, social e
humana, transformando a estação ferroviária
da Fatela “num centro de actividade cultural, lugar
de vivenciação e criação artística”,
avança os promotores.
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