Por Eduardo Alves


A velha estação está agora transformada em centro cultural

Novas formas de apresentar cultura. Sem a bandeja e as características nobres de algumas elites, o festival multidisciplinar que parou ali pela Fatela, no concelho do Fundão, mostrou-se diferente em todos os aspectos. Desde o espaço de realização, até às entidades envolvidas.
O caminho de ferro é o ponto de partida de muita gente. Através daquele fio condutor, muitos foram os que se ligaram a outras paragens, a outras gentes, a outras culturas. Por agora, depois do enorme cais de arrecadação estar vazio e fechado, traçou-se uma linha imaginária e uniram-se hábitos e expressões.
O festival multidisciplinar pretende, segundo os seus dinamizadores, “abrir portas ao mundo”. Senão veja-se o exemplo deste paralelo 40 que traça uma linha que atravessa Filadélfia, Indianapolis e Denver, na América do Norte, Pequim e Bautou, na China, a mítica cidade de Samarcanda, no Uzbequistão, Derweze e Turkmenbashy, no Turquemenistão, Ancara (Turquia), Corfu (Grécia) e Akipa (Japão), entre outras. Mas, para além disto tudo, o paralelo 40º N atravessa a estação ferroviária da Fatela no concelho do Fundão.
Numa articulação perfomativa foi possível ver residências artísticas, workshops, criações, animações musicais, intervenções plásticas, fotográficas, vídeo-arte e literatura. Com uma característica singular, este evento conta com produções pensadas, nas diversas áreas artísticas, especialmente para o local. A iniciativa estende-se por três semanas no próprio local, apresentando vários artistas convidados, nacionais e estrangeiros, que para além das interacções entre si, interagirão com a paisagem, geográfica, afectiva, social e humana, transformando a estação ferroviária da Fatela “num centro de actividade cultural, lugar de vivenciação e criação artística”, avança os promotores.