Para os estudantes
do quarto ano de Medicina, o Hospital Pêro da Covilhã,
tem uma pequena surpresa. Um método que, “não
sendo novo em outras unidades hospitalares de Portugal
e da Europa, começa agora a ser utilizado aqui”,
explica o clínico espanhol, Jorge Martínez.
Todo o equipamento que permite este procedimento médico,
encontra-se no hospital. Mas, devido à falta de
médicos especializados no seu manuseamento, “ainda
não tinha sido utilizado”, continua Martinéz.
Este médico, sublinha assim a importância
“que os alunos de medicina representam”. Isto
porque, os estudantes do quarto ano de Medicina “vão
agora ter disciplinas relacionadas com os processos que
envolvem a recolha de sangue e a sua utilização”,
adianta o responsável. Daí que “ao
estarem presentes e aprenderem estes métodos, garante-se
uma continuidade de clínicos nesta especialidade”,
prevê Jorge Martinéz.
Para os responsáveis,
este método é sinal de melhoria nos
cuidados médicos prestados na região
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Medicina garante melhorias no Interior
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Veio da vizinha Espanha, este médico que agora
mexe com o “sangue dos portugueses”. Refere
que no seu país não se verifica a falta
de clínicos, “como em Portugal”. O
problema é que os médicos, em terras de
Cervantes, “não têm um lugar fixo”.
Se um ano ficam no norte do país, “no ano
a seguir podem ser destacados para outro lugar, complemente
diferente”.
Foi através de um colega que já trabalhava
no Hospital da Covilhã, que Jorge Martinéz
descobriu “a segurança de um emprego”.
A simpatia das pessoas, a qualidades do profissionais
“de todo o pessoal”, bem como, as instalações
e equipamentos, “merecem os maiores destaques”,
continua. Mas, para Martinéz, o que vai mudar a
face “de uma região ainda longe dos grandes
centros”, é a Faculdade de Medicina. A começar
pelo seu sector de trabalho, mais propriamente no exemplo
do “sistema de plaquetaférese”, que
agora está a funcionar no Pêro da Covilhã.
A aposta em novos profissionais, “que aprendam a
sua profissão aqui”, vai, segundo o médico
espanhol, “garantir a sua continuidade nesta região,
o que significa mais e melhores áreas de assistência
médica”.
Separação
de sangue em componentes fundamentais |
Esta técnica, agora utilizada, é inovadora
na recolha de sangue |
A técnica agora introduzida no Hospital Pêro
da Covilhã é “bastante inovadora”,
adiantam os responsáveis. Trata-se de uma recolha
de sangue que decorre, “quase como uma dádiva
normal”. A inovação que esta técnica
permite, está no facto de os três principais
componentes do sangue – glóbulos vermelhos,
plaquetas e plasma – serem separados “de forma
imediata”.
Daí que “o médico passe a dispor do
componente que deseja”, explica Jorge Martinéz.
Segundo este responsável, a separação
do sangue, por este processo, tem como principal objectivo
“conseguir uma quantidade razoável de plaquetas”.
Esta substância, vital para o ser humano, tem várias
utilizações nos serviços médicos.
Desde a utilização em intervenções
cirúrgicas, bem como, “em pessoas que apresentam
níveis baixos desta substância e têm
alguma dificuldade em conter hemorragias”, a aplicação
das plaquetas “é muito vasta”.
Até aqui, o hospital, “sempre que existia
essa necessidade”, tinha de recorrer ao Instituto
Português do Sangue (IPS), em Coimbra. Uma viatura
do Pêro da Covilhã deslocava-se à
cidade dos estudantes para trazer os lotes de plaquetas
“necessários ao hospital”, descreve
o médico espanhol. Esta substância sanguínea
apresenta períodos de validade “relativamente
baixos”, cerca de quatro a cinco dias. Daí
que o seu armazenamento e utilização estejam
“muito limitados”. Com esta máquina,
a região pode agora ser servida através
dos seus dadores habituais.
Os
técnicos de Saúde apelam
para os cidadãos contribuirem como
dadores de sangue
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Mais pessoas a dar sangue |
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Um dos problemas que subsistem, mesmo com
a implementação de novas técnicas,
“é o número de dadores”,
adianta Jorge Martinéz. Pelas contas
deste clínico, na região,
faltam ainda um grande número de
dadores para que os lotes necessários
sejam garantidos. Daí que o apelo
vá no sentido “de trazer mais
pessoas a dar sangue”.
Para os próximos tempos estão
previstas diversas acções
de sensibilização, desde campanhas
nos órgãos de comunicação
social, até recolhas de sangue entre
o pessoal do Pêro da Covilhã.
Para Jorge Martinéz, “dar sangue
é uma acção nobre,
mas ainda não está bem presente
no espírito de todos”.
A colaboração do Núcleo
de Dadores “é bastante digna”,
mas agora, os responsáveis pelo serviço
de sangue tendem a expandir para outros
campos. Criar novos grupos de dadores e
encontrar formas de “trazer pessoas
regularmente a este serviço”,
são as próximas acções.
Para quem está a pensar em dar sangue,
o serviço do Hospital Pêro
da Covilhã funciona de segunda a
sexta, das 9 às 12 horas e de segunda
a quinta também durante a tarde,
entre as 14 e as 17 horas. Para quem preferir
os sábados, este serviço também
recolhe sangue, entre as 9 e as 12 horas.
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