Fahrenheit
9/11
de Michael Moore
Por
Catarina Rodrigues
O mais recente filme de Michael
Moore é uma dura crítica ao presidente dos
Estados Unidos, George W. Bush. Galardoado com a Palma
de Ouro no Festival de Cannes, deste ano, o documentário
aponta o dedo a questões como os negócios
que envolvem o petróleo e as decisões tomadas
no que diz respeito à Guerra no Iraque e no Afeganistão.
Muitos críticos consideram Fahrenheit 9/11, um
filme polémico que causou um verdadeiro terramoto
político. Depois de “Bowling for Columbine”,
Michael Moore, utiliza agora informações
vindas de várias fontes e a própria actuação
da administração do presidente americano
para concretizar a sua propaganda anti-Bush, porque este
é, sem sombra de dúvida, o principal objectivo
do filme. A figura de Bush é ridicularizada. O
realizador tenta, ao longo dos cento e dez minutos em
que dura o documentário, evitar a reeleição
do presidente dizendo coisas que talvez todos pensassem,
mas que ainda ninguém tinha dito tão frontalmente.
É visível o enorme recurso a imagens televisivas
de arquivo, algumas mesmo fora de contexto. Grande parte
do filme Fahrenheit 9/11 apresenta material que foi exclusivamente
feito para televisão e é agora aplicado
ao cinema. A utilização de depoimentos que
exploram as emoções de pessoas que sofreram
com os atentados talvez seja um aspecto menos positivo
deste trabalho.
O documentário de Moore já bateu recordes
de bilheteira em vários países e ameaça
tornar-se o documentário mais lucrativo de sempre.
Com as eleições americanas à porta,
Fahrenheit 9/11 assume-se como uma forma de liberdade
de expressão dirigida não só aos
eleitores norte-americanos, mas a todos os cidadãos,
os que criticam o estado da política mundial e
os que ainda não pensaram bem sobre o assunto.
Se Bush perder as eleições podemos dizer
que o principal objectivo de Moore foi conseguido, sem
esquecer a presença de um outro objectivo, esse
sim já alcançado, e que diz respeito à
vertente comercial e lucrativa do filme.
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