Um violento incêndio
deflagrou ao início da tarde de sexta-feira em
Santo André das Tojeiras, no concelho de Castelo
Branco, alastrando rapidamente às freguesias vizinhas.
As chamas chegaram a estar a cerca de 20 quilómetros
de Castelo Branco, cujo céu ficou coberto por uma
nuvem de fumo preto. Em algumas zonas da cidade, as cinzas
que caíam "assemelhavam-se a neve", contou
um habitante. Em Lomba Chã o fogo destruíu
uma casa de habitação e pôs várias
em perigo.
O incêndio, de grande intensidade, deflagrou cerca
das 14 horas numa zona de mato e pinhal e às 19
horas estava a ser combatido por 133 bombeiros de 25 corporações,
apoiados por 37 viaturas, dois aviões ligeiros,
um avião pesado, dois helicópetros ligeiros
e quatro pesados.
Nesta altura Rui Esteves, coordenador distrital da Protecção
Civil fazia o ponto da situação. "Estamos
a fazer o possível e o impossível, num esforço
terrível, para tentar rapidamente segurar esta
frente de fogo de três quilómetros, que nos
está a causar enormes dores de cabeça, porque
lavra numa zona de pinhal muito denso, com uma inclinação
elevada, associada a um vento forte que prejudica o nosso
trabalho".
O coordenador revelou que "várias casas, nomedamente
junto a Cabeço do Infante, correram algum risco,
mas não houve danos habitacionais neste local,
dado que os bombeiros conseguiram evitar o pior, apesar
do elevado indíce de mato e pasto junto às
habitações, que dificultaram a acção
dos bombeiros".
Quanto à sua origem, Rui Esteves, parece não
ter dúvidas, "esta zona de Santo André
das Tojeiras e Sarzedas, já teve vários
incêndios, estando as autoridades competentes a
investigar, e naturalmente que temos a certeza que esta
não é uma situação de um incêndio
com causas naturais, mas supostamente com mão do
homem", afirmou.
Pelas 20 horas o número de reforços aumentou,
para combater um incêndio que parecia não
ter fim. Ao final da tarde de sábado, matinham-se
em Silveira dos Limões, freguesia de Santo André
das Tojeiras, 161 bombeiros de 32 corporações,
auxiliados por 49 viaturas, quatro máquinas de
arrasto, duas delas do Exército e um helicóptero
ligeiro. Segundo fonte do Centro Distrital de Operações
de Socorro de Castelo Branco, o incêndio foi dominado
por volta das 8.30 horas do segundo dia, uma hora e meia
depois de terem circunscrito as chamas. Ao final da tarde
os bombeiros procediam a operações de rescaldo
e vigilância.
A habitação localizada em Lomba Chã,
apesar dos esforços dos bombeiros e dos populares,
ficou parcialmente destruída, tendo os moradores
sido realojados em casa de familiares. As chamas ainda
ameaçaram outras habitações, mas
nenhuma chegou a ser atingida pelo fogo. À comunicação
social Joaquim Morão garantiu que a família
que viu a casa onde viviam arder vai ter a sua casa reconstruída
antes do Inverno.
Ao todo foram 219 os bombeiros de 45 corporações
que estiveram no local no combate ao sinistro. O incêndio
destruíu um denso pinhal. A suspeita de mão
criminosa levou a Polícia Judiciária ao
local, que está a investigar a origem deste incêndio.
|