Por Ana Maria Fonseca
2004 foi um ano inesquecível
para os fãs portugueses de Kraftwerk. A
ecléctica banda alemã que nunca
primou pela quantidade de tournés, rumou
duas vezes a Portugal este ano. Uma primeira a
Lisboa, onde actuou no Coliseu, em Abril, e agora,
no passado fim de semana, ao Sudoeste.
Quem imaginaria há alguns anos atrás,
os robóticos alemães em palco no
cenário poeirento e massivo do litoral
alentejano? Principalmente quando apenas em 2000
houve uma oportunidade, única em vários
anos, de ver uma actuação dos alemães
na abertura da expo de Hanover, na Alemanha. Os
amantes da electrónica agradecem.
Os Kraftwerk nasceram no final dos anos 60 e a
partir deles, a música em geral e a electrónica
em particular, nunca mais foram iguais. Primeiro
chamaram-se Organisation e com este nome editaram
um álbum nos anos 70. Passaram então
a Kraftwerk – que significa central eléctrica-
e, à frente no seu tempo, criavam música
com computadores e estabeleciam uma amena relação
entre máquina e homem.
Com um primeiro álbum editado em 1971,
e mais dois editados nos anos seguintes, os Kraftwerk
só chegam se internacionalizam em 1974
com «Autobahn».
O mercado pop vê-se inundado por um novo
fenómeno se afirma mais tarde como um estilo
e não apenas mais uma moda passageira.
Em 75 «Radio-Activity» abordava o
tema da radioactividade, em 77 as viagens de comboio
inspiram o álbum «Train Europe Express».
Em 1978 os Kraftwerk atingem o auge do seu sucesso
com o álbum mais electrónico de
todos: «The Man Machine». A mecanização
do homem é a temática deste disco
e influencia mesmo o conceito da banda que passa
a apresentar-se publicamente com roupas cibernéticas
e poses robóticas.
Finalmente, e logo em dose dupla em Portugal,
a mítica banda alemã apresentou
o seu último álbum: «Tour
de France soundtracks», editado em 2003,
após um interregno de doze anos.