Um ano depois de ter
descoberto gravuras rupestres no rio Zêzere, junto
da Barroca, o fotógrafo Diamantino Gonçalves
é, de novo, o responsável por um outro achado
no rio, desta vez em Janeiro de Cima, junto ao Poço
do Charquinho, na Quinta do Canal. O fotógrafo
deparou-se com oito rochas em xisto onde se encontram
várias gravuras que, segundo uma apreciação
preliminar do Centro Nacional de Arte Rupestre (CNAR),
que viu algumas fotografias, se pensa serem do período
Neolítico e terão cinco ou seis mil anos.
Não são, portanto, contemporâneas
das encontradas o ano passado no Poço do Caldeirão,
na Barroca do Zêzere, que são do Paleolítico
Superior, com cerca de 16 mil anos.
O local vai ser analisado pelo CNER , possivelmente em
Setembro, para avaliarem as gravuras com várias
formas geométricas, descobertas por acaso enquanto
Diamantino Gonçalves fazia um passeio pela zona
e que, segundo o próprio, até nem estavam
escondidas. As rochas têm representações
antropomórficas, de onde se destaca uma, que chamou
a atenção do fotógrafo, onde está
desenhada uma espiral.
Este achado faz crer tanto a Diamantino Gonçalves
como aos responsáveis do CNER que haja mais arte
rupestre nas proximidades e até mesmo por baixo
das agora encontradas, submersas em areia.
Para divulgar este património a Câmara Municipal
do Fundão tem prevista a criação
de um Centro Interpretativo de Arte Rupestre na Casa Grande
da Barroca do Zêzere, que deve começar a
funcionar antes do final do ano, assim como avançar
para percursos turísticos junto ao rio que liguem
os dois núcleos de gravuras rupestres nas margens
do rio Zêzere, separadas por dez quilómetros.
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