O presidente do Cine
Clube da Beira Interior (CCBI), Frederico Lopes, admite
que pode vir a apresentar a demissão na próxima
Assembleia Geral, em Setembro, do cargo que ocupa desde
Março do ano passado. Na origem desta decisão,
segundo este responsável, está a falta de
uma equipa capaz de gerir a instituição,
para além da última reunião de sócios
algo conturbada, onde as contas relativas a 2003 não
chegaram a ir a votação por não baterem
certas.
Frederico Lopes diz que se tratou de um lapso, que esses
erros de cálculo já estão corrigidos
e que o relatório de contas já está
pronto para ser reapreciado na próxima Assembleia
Geral do Cine Clube.
O presidente deste organismo sublinha ainda que é
difícil conseguir apoios para programas alternativos,
como é o caso do CCBI, que procura exibir filmes
que passam à margem do circuito comercial. E aponta
o dedo a algumas entidades por manifestarem falta de sensibilidade
para projectos que pretendiam realizar. Tanto por parte
do poder autárquico como do poder central. Como
exemplo fala na Rede Alternativa de Exibição
Cinematográfica (RAEC), que não disponibilizou
apoios para o Festival de Cinema Digital Novidad, que
não se vai realizar.
Outro problema que Frederico Lopes salienta é a
falta de um espaço próprio onde possam desenvolver
as suas actividades, já que o protocolo de cedência
de instalações com o GICC- Teatro das Beiras,
onde antes passavam as películas, terminou à
quase um ano. Neste momento o CCBI continua a utilizar
a sala do Teatro Cine, que não é lucrativa,
uma vez que o tipo de cinema que seleccionam não
costuma atrair muita gente.
No entanto, o presidente do Cine Clube realça que
as contas estão equilibradas e que não têm
grandes dívidas aos fornecedores, pois só
falta pagar às distribuidoras dos últimos
filmes.
Caso Frederico Lopes decida concretizar a sua demissão
será outro professor da Universidade da Beira Interior
quem irá ficar com as rédeas do CCBI, António
Fidalgo, que preside à Assembleia Geral e deverá
ficar à frente da comissão de gestão
até às próximas eleições.
Recorde-se que esta direcção foi eleita
depois do vazio directivo criado pela demissão
em bloco dos anteriores dirigentes, com Pedro Teles Ramos
como presidente, por desentendimentos com a Câmara
da Covilhã.
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