Na mais alta montanha
de Portugal Continental sopram agora outros ventos. Um
projecto elaborado pelo Gabinete de Apoio à Investigação,
um dos ramos do Centro de Estudos de Desenvolvimento Regional
(CEDR) da UBI, prevê a análise de todas as
potencialidades da Estrela, nos seus mais variados sectores.
As novidades desta iniciativa começam nas entidades
envolvidas. Uma ligação entre a Universidade,
representada por uma equipa de seis pessoas, com o conhecimento
científico, liga-se às instituições
civis, representadas pela Câmara Municipal de Manteigas,
para traçarem o desenvolvimento de uma das mais
importantes regiões turísticas de Portugal.
Criar ligações entre os centros de saber
e os organismos civis, “e retirar daí os
respectivos benefícios para as partes” é
já uma conquista deste plano, defendem os responsáveis.
Por outro lado, o surgimento desta iniciativa fica marcado,
“por uma análise completa e concreta de todas
as potencialidades da Estrela”, avança Dina
Pereira, técnica superior de investigação
e responsável pelo Gabinete de Apoio à Investigação
(GAI).
Na perspectiva das entidades envolvidas no plano estratégico,
“os estudos têm sido feitos, ainda que paulatinamente”.
Porém, a implementação das medidas
apontadas nesses mesmos trabalhos “não tem
sido uma realidade”, refere a técnica do
GAI. O estudo, que já tem luz verde para avançar,
“reúne uma equipa de seis pessoas que pretendem
ir mais além daquilo que já foi feito”.
Esta conjunto de investigadores espera “alargar
o espectro de entidades envolvidas em torno do turismo
e de todas as potencialidades da Estrela”, sublinha
Dina Pereira. A mesma fonte acrescenta que “o papel
da sociedade civil, através das colectividades,
associações e outros organismos vai desempenhar
um papel importantíssimo”, nos muitos debates,
colóquios e actividades que estão previstas
no plano.
Escutar associações,
forças políticas e outros organismos
é também um objectivo deste trabalho
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Envolver todas as partes interessadas
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Ainda durante este mês, “a equipa de trabalho
vai arrancar para o terreno”, afiança a técnica
de investigação. Numa operação
que envolve um total de 11 municípios da área
serrana, as atenções vão recair sobre
as características próprias de cada zona,
potenciar essas mesmas especificidades e alargar o espaço
de debate em torno do turismo.
Um sector em pleno crescimento “que vai agora contar
com novas iniciativas e sobretudo, com uma nova força
de actuação por parte deste grupo de trabalho”,
reiteram os envolvidos. Para além da ligação
entre a Universidade e a sociedade civil, o envolvimento
das câmaras municipais como parceiros do projecto
“é uma certeza quanto à aplicabilidade
das medidas que forem sendo tomadas por parte da equipa
de trabalho”, refere Dina Pereira.
A Associação de Amigos da Serra da Estrela
mostrou já o seu “significativo regozijo”,
relativamente a esta iniciativa. José Maria Saraiva
Serra, dos Amigos da Estrela, sublinha mesmo “a
importância fundamental deste trabalho numa região
que se mantém estagnada todos estes anos”.
Segundo este membro, torna-se cada vez mais necessário,
“reunir todos os organismos que estejam envolvidos
na Serra da Estrela e delinear as medidas para o futuro”.
Para esta associação, sediada em Manteigas,
o que tem faltado na serra “são as acções
concertadas entre diversos organismos e um relacionamento
saudável, tendo em vista o futuro de uma das maiores
regiões turísticas do País”.
Cerca
de 500 mil euros para um plano de desenvolvimento
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Estudo tem financiamento europeu |
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O trabalho que prevê revitalizar o
turismo e desenvolver os municípios
serranos está orçado em 500
mil euros. Um projecto que tem já
garantido o seu financiamento. Segundo Dina
Pereira, 75 por cento do estudo será
pago “pelos fundos comunitários”,
o restante vai ser suportado pelos 11 municípios
envolvidos nesta fase.
Este projecto recorre assim a quadros de
apoio europeu e estará concluído
dentro de “um ano e meio a dois anos”.
A sua passagem ao terreno será “imediata”,
até porque, todo o trabalho vai ser
baseado na auscultação de
várias entidades, “dai que
as conclusões que forem aparecendo”,
sejam postas em prática, “no
momento”, garante a responsável.
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