Sting tinha um tema em que
dizia algo como: «A história não
nos ensina nada". Neste disco dos Spektrum
um bom motivo para mostrar outra posição:
ao longo da história sempre se aprende
alguma coisa.
A pop possui uma longa história. É
recente. vem desde há cerca de 60 anos
- com algum esforço e alargando parâmetros...
desde há umas nove décadas. Mas
possui um legado enorme. A intensidade de edições,
estilos, protagonistas, movimentos, progressos
musicais e tecnológicos são uma
enormidade e têm vindo a acentuar-se nos
últimos anos.
O que encontramos neste «Enter The...»,
dos Spektrum, é um resumo reescrito desse
trajecto, ficando para lá das influências.
A forma como se baralha e dá de novo -
e, claro está, dos efeitos que gera - depende
da percepção que se tem das coisas:
as antigas, as presentes... e as que se pretende
criar. Mais do que reciclagem, o segredo está
no carácter pessoal - expresso na personalidade
e carisma - incutido ao que se faz. Daí
a importância destes ingleses. Neste disco
a Linha mestra é descaradamente pop. Mas
deixa espaço para brilhar o funk. O funk-punk.
O r&b. O electro. A dança apelativa,
vibrando com a estupenda voz da nigeriana Lola
Olafisoye. Uma sucessão de artificialismos
reais. Assente no diálogo bateria-baixo.
Enérgico. Sexy. E cativante. Por estes
podemo-nos deixar conquistar.