Montanhas, paredes,
edifícios, obstáculos naturais ou artificiais,
tudo se transforma num bom lugar para a prática
de escalada. Uma actividade desportiva que ganha cada
vez mais adeptos. Contudo, têm-se verificado “uma
montanha de problemas” na prática desta actividade.
A falta de profissionais que dêem formação
sobre este desporto é a principal razão
da “anarquia reinante”, avançam os
promotores das II Jornadas de Formação.
Perante estes obstáculos, o Núcleo de Estudantes
de Ciências do Desporto da UBI (DESPUBI), decidiu
realizar a primeira acção de formação
deste género, a nível europeu. Os desportos
de montanha emprestaram motivos suficientes para a realização
desta actividade. De 19 a 25 de Julho, 40 participantes
distribuíram-se por quatro módulos teóricos
de aprendizagem. Meteorologia, Conhecimento do Meio de
Montanha, Orientação e Navegação
Terrestre e Segurança em Meio de Montanha constituíram
as bases teóricas lançadas nesta iniciativa.
As duas últimas formações ficaram
a cargo de Máximo Múrcia, um dos mais destacados
autores de estudos nesta área específica
de montanha.
A iniciativa começou a ganhar força assim
que o DESPUBI formou uma comissão organizadora,
constituída por três alunos. Os apoios dados
pela Federação Portuguesa de Montanhismo
e Escalada (FPME) deram o empurrão final para o
curso passar do papel ao terreno. Durante três dias,
os participantes tomaram contacto com “conhecimentos
teóricos necessários para esta prática”,
avançam os responsáveis. Os restantes dias
da acção foram passados na região
de Leiria, “em práticas, no terreno”.
Os conhecimentos transmitidos nesta iniciativa visam atingir
um público alvo. Aqui, esperam os responsáveis
da FPME e os alunos de Desporto, “formar alguns
formadores nesta área”. Com passagem por
várias temáticas, todas relacionadas com
o desporto de montanha, esta acção ganhou
“uma grande importância a nível nacional
e europeu”, visto ter sido a primeira do género,
adianta José Alberto Teixeira, presidente da Federação.
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Criar novas estruturas e empresas é um dos
objectivos de alguns participantes |
Os alunos de Desporto apontam várias vantagens
a esta iniciativa. Para além “de formar pessoas
numa prática desportiva que encontra na região
bastantes potencialidades”, também ajuda
na formação de equipas capazes de actuar
em situações de risco na Serra da Estrela.
Quanto ao turismo, existe já a possibilidade de
criar uma empresa virada para a prática da escalada
desportiva. Uma ideia de vários alunos de Desporto
que “ganham agora conhecimentos e experiências
que outros não têm”. Para além
da criação de empresas, podem também
ser exploradas e aparecerem novas estruturas destinadas
à escalada.
A ganhar “vai ficar toda uma região voltada
para o turismo”, adiantam os participantes na iniciativa.
David Mácia Paredes, treinador do campeão
mundial de sub-23 e do vice-campeão de sub-21 esteve
na UBI para ministrar o curso de treinadores de Escalada
desportiva, o primeiro a ter lugar em Portugal. Este tipo
de iniciativa são “raras mesmo no cenário
europeu”, adianta o presidente da FPME. Os 20 participantes
neste evento estão agora “mais bem preparados
para este tipo de desporto, assim como, para a transmissão
de conhecimentos”. José Teixeira refere que
“uma das marcas da anarquia que se regista neste
sector” é o aparecimento de empresas “de
aventura”, as quais não têm regras
nem vigilância adequadas.
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