Ziriguiboom

 



 

 

 

 

Bebel Gilberto


Universal | 2004

 


Há uns anitos Bebel Gilberto proporcionou uma das maiores desilusões quando do concerto em Lisboa que servia de suporte a «Tanto Tempo». Um disco que tinha algumas boas canções e que introduzia de forma singular a dita bossa electrónica... mas pouco mais do que isso. Era essencialmente agradável. Não revolucionava, mas sabia bem.
Neste novo registo, quatro anos volvidos, Bebel ainda continua a ser filha de quem é, mas assume-se como uma estrela internacional em diversos pontos. O registo tem muito menos electrónica do que seria de esperar, mostra empenho nos instrumentos, possui uma produção cuidada (fruto da parceria com Marius de Vries, cujo currículo engloba colaborações com Madonna e Björk), continua smooth, arranjos a preceito e uma receita mágica da mpb.
Daí que, nos momentos iniciais, pareça que entramos no mundo de «Pluto» (mas sem a parafernália electrónica como fundo... a presença de Vries não será estranah, dizemos nós, inclusive nos pontos comuns com «Homogenic»), de Björk, e depois partamos para as raízes brasileiras da mpb e bossanova.
O resultado, mias uma vez, não revoluciona, mas mostra-se (muito) agradável. Se tudo correr dentro da normalidade, vai fartar-se de vender neste Verão e messes seguintes.