Há uns anitos Bebel Gilberto proporcionou
uma das maiores desilusões quando do concerto
em Lisboa que servia de suporte a «Tanto
Tempo». Um disco que tinha algumas boas
canções e que introduzia de forma
singular a dita bossa electrónica... mas
pouco mais do que isso. Era essencialmente agradável.
Não revolucionava, mas sabia bem.
Neste novo registo, quatro anos volvidos, Bebel
ainda continua a ser filha de quem é, mas
assume-se como uma estrela internacional em diversos
pontos. O registo tem muito menos electrónica
do que seria de esperar, mostra empenho nos instrumentos,
possui uma produção cuidada (fruto
da parceria com Marius de Vries, cujo currículo
engloba colaborações com Madonna
e Björk), continua smooth, arranjos a preceito
e uma receita mágica da mpb.
Daí que, nos momentos iniciais, pareça
que entramos no mundo de «Pluto» (mas
sem a parafernália electrónica como
fundo... a presença de Vries não
será estranah, dizemos nós, inclusive
nos pontos comuns com «Homogenic»),
de Björk, e depois partamos para as raízes
brasileiras da mpb e bossanova.
O resultado, mias uma vez, não revoluciona,
mas mostra-se (muito) agradável. Se tudo
correr dentro da normalidade, vai fartar-se de
vender neste Verão e messes seguintes.