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Maria do Carmo Borges diz que Ruas também tem que "defender os interesses da Guarda"

A maioria do executivo municipal da Guarda aprovou uma moção de repúdio pelas declarações do presidente da Câmara de Viseu sobre a autarca local, sustentando que enquanto presidente da Associação Nacional de Municípios (ANMP) "cabe-lhe a ele também defender os interesses do distrito da Guarda". Fernando Ruas tinha acusado Maria do Carmo Borges de proferir declarações "míopes", aconselhando-a a "pedalar" para atingir o desenvolvimento registado por Viseu.
Assim, a maioria socialista na Câmara Municipal da Guarda decidiu aprovar a proposta do vereador Esmeraldo Carvalhinho para repudiar as declarações do autarca viseense. A moção viria também a merecer o voto favorável do social-democrata Teixeira Dinis, por entender que "o senhor presidente da Câmara de Viseu, que também é presidente da ANMP, devia dar um tratamento igual a todas as cidades".
Já os restantes vereadores da oposição social-democrata tiveram uma opinião diferente. Ana Manso, líder distrital, e Crespo de Carvalho optaram por rejeitar o documento, alegando que Fernando Ruas assumiu aquela posição "enquanto autarca de Viseu e não como presidente da ANMP". Ambos consideram que não se devem alimentar "jogos florais" e defendem que deve ser feito "um trabalho devidamente fundamentado em defesa dos interesses da Guarda".
A presidente da Câmara da Guarda, que até agora ainda não tinha respondido às declarações de Fernando Ruas, afirma que "as pessoas pedalam com os meios que têm". "Se a Guarda tivesse os mesmos meios que Viseu, de certeza absoluta que ganhávamos, até porque estamos habituados à altitude e temos os pulmões mais bem preparados", ilustra Maria do Carmo Borges. E recorda que a posição em relação ao Polis e ao TGV foi tomada "em nome da autarquia e não em nome pessoal". "Limitei-me a defender para a Guarda um tratamento igual ao de Viseu", frisa a autarca. Maria do Carmo Borges chegou mesmo a admitir que lhe deu "algum orgulho ver a Assembleia Municipal de Viseu discutir uma moção de repúdio à presidente da Câmara da Guarda, que às vezes é acusada de não ter peso, mas afinal, até é bem pesada".