José Saraiva, presidente
da Associação Cultural Amigos da Serra da
Estrela (ASE) e responsável pela área de formação
desta organização tem dúvidas se numa
situação de alto risco, como a queda de um
avião ou de um autocarro na Serra, em zonas de difícil
acesso, as equipas de socorro têm capacidade para
dar uma resposta adequada.
Este dirigente realça a importância de fazer
este tipo de intervenções de uma forma coordenada,
e é nesse aspecto que levanta reservas acerca de
um bom desempenho. Na base destas preocupações
sublinha que está não só a sua experiência
mas também a observação dos exercícios
que têm sido realizados na Serra da Estrela.
"Temos indícios de que algumas práticas
relativamente a acidentes foram demasiado publicitadas e
se calhar precisavam era de ser analisadas, não correram
tão bem como se fez crer", frisa o responsável
da ASE, que diz não querer levantar polémicas
mas apenas alertar para a "constatação
de um facto".
"Neste momento era preciso saber quantos somos, onde
estamos e como podemos trabalhar numa situação
real deste género, e isso não está
a ser feito na minha opinião, bem pelo contrário.
A equipa A está a trabalhar de uma determinada maneira
e a equipa B de uma outra, e ninguém sabe como estão
a trabalhar", acrescenta José Saraiva, que responsabiliza
a Protecção Civil pela situação.
O presidente e respnsável pela formação
da ASE entende que num caso de alto risco as equipas não
vão trabalhar tão tão bem como elas
próprias poderão pensar que trabalham. E defende
que se deve apostar mais na formação e equipamento
para os bombeiros. Para alé disso, não concorda
que as equipas de socorro sejam constituídas por
"simples voluntários" nem que a formação
seja dada por uma equipa como a da ASE, "que trabalha
de forma voluntária e sem seguro, o que é
uma autêntica estupidez", acrescenta.
Segundo o responsável desta associação
ambientalista a sua equipa de salvamento, criada há
cerca de uma década, foi formada com o intuito de
espicaçar quem de direito para verem na Serra da
Estrela reunidas as condições de segurança
que entendem que este destino turístico deve ter.
No entanto, para além da área envolvente à
Serra da Estrela, a ASE realizou também entre 18
e 25 do último mês um Curso de Salvamento em
Ambientes Físicos Adversos na Ilha do Pico, nos Açores.
Fernando Matos responsável nacional pela
prevenção de fogos em áreas protegidas
Fernando Matos, o director do Parque Natural da Serra
da Estrela (PNSE) foi nomeado pelo Instituto de Conservação
da Natureza coordenador nacional para a prevenção
de fogos florestais em áreas protegidas. A sua
função é esboçar um plano
para esta época de fogos florestais, que teve início
a 1 de Julho e termina a 30 de Setembro. Um trabalho que
será desenvolvido em colaboração
com seis coordenadores regionais para a prevenção
dos fogos florestais, representados nos Centros Distritais
de Operações e Socorro de cada zona.
Para delinear a estratégia que lhe foi pedida Fernando
Matos vai contar com a experiência acumulada no
PNSE a este nível, como na colaboração
com entidades externas. Já que a Serra da Estrela
foi uma das primeiras àreas protegidas a assinar
protocolos de colaboração com as associações
de produtores e juntas de freguesia para acções
de vigilância e silvicultura preventida. Um sistema
que está já implementado em mais de metade
das zonas.
A recolha de informação sobre as áreas
protegidas é feita diariamente e, para além
das acções de vigilância e prevenção,
esta equipa procura também encontrar actividades
para a recuperação de áreas ardidas
no ano passado.
Posto de São Lourenço vai ter video-vigilância
O posto de São Lourenço, em Manteigas, vai
começar a funcionar dentro de dias com o sistema
de vídeo-vigilância que está instalado
desde o ano passado. A Comissão Nacional de Protecção
de Dado deu agora a autorização e a captação
de imagens terá apenas duas restrições.
O sistema cria "zonas negras" quando filma áreas
habitacionais e não não permite visualizar
pessoas e matrículas. Impedimentos que não
afectam a sua função, que é detectar
focos de incêndio.
O equipamento, com um alcançe de 20 quilómetros,
vai funcionar 24h por dia e à noite é possível
captar fontes de calor com uma câmara de infra-vermalhos.
As imagens captadas são recebidas em tempo real
na central, instalada no PNSE. |