Uma reunião
de cariz sindical tem sempre destas coisas. Falar do Estado
e da sua função na perspectiva social leva
a grandes discussões. Como entidade detentora de
direitos singulares e fundamentais, o Estado tem também,
encerrados na sua Constituição, direitos
para com os subalternos.
Analisar todas as leis, questões e interesses foi
um dos muitos objectivos desta conferência/debate,
promovida pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração
Pública e União de Sindicatos de Castelo
Branco. Uma acção enquadrada no ciclo de
debates “Pensar o Futuro em Movimento”.
Um dos intervenientes foi Joaquim Gomes Canotilho, professor
catedrático da Faculdade de Direito da Universidade
de Coimbra. Constitucionalista de renome, Gomes Canotilho
apresentou ao auditório, uma autêntica aula
sobre as leis constitucionais que obrigam o Estado a uma
função social.
Para o catedrático, “as funções
do aparelho que rege a sociedade nem sempre correm da
melhor forma”. Segundo Canotilho, o Estado, muitas
vezes, “furta-se às suas obrigações
sociais, culturais e humanas”. Segundo o académico
e autor de inúmeras publicações no
campo do Direito, “a Constituição
Portuguesa é um dos mais belos textos publicados
no nosso País, até aos dias de hoje”.
Tão grande elogio serve, mormente, “para
sublinhar a grande abrangência de assuntos contemplados
na Constituição Portuguesa”.
Outro dos oradores foi também Paulo Trindade, coordenador
da Frente Comum dos Sindicatos da Administração
Pública. A intervenção realizada
por estes dois oradores levou a acalorada discussão
entre os participantes. Dos assuntos mais destacados,
contam-se a política de emprego e apoio às
indústrias, o papel desempenhado pelo Estado no
campo cultural, ético e cívico e ainda a
função de garantir, a nível individual,
direitos fundamentais dos seus cidadãos.
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