Desde há algum tempo que o autarca covilhanense tem alertado para os escassos recursos do Polis
Reforço de verbas
Polis da Covilhã necessita financiamento adicional

O Tribunal de Contas (TC) confirma aquilo que o autarca Carlos Pinto diz há muito tempo: o Polis necessita de mais dinheiro. É que, conclui, o investimento e encargos financeiros previstos são superiores às receitas, pelo que o TC aconselha um financiamento adicional.


NC / Urbi et Orbi


"Se formos capazes de requalificar a cidade, não ficaremos com a situação ideal e que desejávamos". O aviso surgia em 2002, por parte do autarca covilhanense, Carlos Pinto, que numa sessão de esclarecimento sobre o Polis, no edifício Arte e Cultura, acusava o Estado de não cumprir com o pagamento de verbas estipuladas, tendo reduzido o orçamento inicialmente previsto para metade. O autarca garantia que o Polis estava nos prazos, mas que se calhar, quando chegasse ao fim, em 2005, seria necessário "um segundo Polis" para deixar a cidade "como deve ser". Ao longo destes dois anos, por diversas vezes, o autarca alertou para o facto do pouco dinheiro poder pôr em causa algumas obras que faziam parte do programa.
Agora, é o Tribunal de Contas (TC) que vem confirmar que o Polis, na Covilhã, necessita de mais verbas. Numa auditoria realiza pelo TC, e tornada pública esta semana, à gestão financeira do programa Polis, este órgão salienta que, no que toca às necessidades de financiamento adicionais, a Covilhã, tal como Bragança e Valongo, é um dos locais onde se "registam necessidades efectivas de financiamento adicional, tendo em conta que o investimento e os encargos financeiros previstos são superiores às receitas". Para a Covilhã, diz o TC, seriam necessários mais cinco milhões e 531 mil euros. A auditoria revela ainda que a taxa média de realização das 28 intervenções em curso era, em Setembro do ano passado, de 17,9 por cento, o que se traduzia em "atrasos consideráveis" e "muito superiores a um ano", na maioria delas, sendo os Polis da zona de Lisboa os mais preocupantes, como o Cacém e Costa da Caparica, já que nesta zona foi concentrado 30 por cento do financiamento total do Polis, enquanto cada uma das outras intervenções teve direito a menos de cinco por cento do "bolo" total. O TC receia que os atrasos no País possam pôr em causa os financiamentos comunitários. Segundo o TC, é possível concluir que o financiamento obtido pelo Polis é "insuficiente" para a cobertura da despesa realizada.
Na Beira Interior, a Covilhã aparece com uma taxa de realização de apenas 9,61 por cento, enquanto Castelo Branco tem 28,65 por cento e a Guarda 21,11. No total, no País, duas intervenções tinham mais de 50 por cento na taxa de realização, seis estavam acima dos 25 por cento, e todas as outras abaixo desse valor. Quanto à execução física dos Polis, Castelo Branco e Covilhã aparecem sem atrasos, com os timings apontados inicialmente a manterem-se actualmente, enquanto a Guarda teve que ter um acréscimo de tempo, já que o programa deveria ter terminado em Junho passado, mas só irá terminar em Junho de 2005.