Por
Eduardo Alves
Se fosse necessária alguma prova de vitalidade
criativa, o mais recente trabalho dos Xutos servia
como uma luva. Passados 25 anos de músicas
e estonteantes performances a banda de Tim e Zé
Pedro, decide-se por virar o mundo do avesso.
O 17.º dico dos Xutos e Pontapés está
aí para provar que existem muitas mais
coisas para além de “best of”
ou actuações ao vivo.
O mais recente trabalho dos Xutos, com novas músicas,
era esperado há três anos. Na passagem
pelo Rock in Rio – Lisboa, mais de 80 mil
pessoas presenciaram a interpretação
dos novos temas. Com a mesma forma de construção
musical, tão própria da banda rock
portuguesa mais conhecida, os Xutos voltam a apaixonar
os seus apreciadores.
Visões próprias de quem é
produz arte de forma instintiva, o Mundo ao Contrário
é uma mão cheia de novas sonoridades
que emprestam à banda ainda mais capacidade
para continuar. O regresso ao estúdio,
dizem no site
dedicado ao mais recente trabalho que “a
sala de ensaio onde decorreu este trabalho de
construção de canções,
é um espaço de grande, de enorme,
intimidade. Lá, encontra-se o que se calhar
é obvio: sete pessoas metidas numa pequena
garagem adaptada, a lutar e a suar por uma série
de minutos de música, cerca de duas dezenas
de canções, esboços de letras,
projectos de melodias, malhas de guitarra, breaks
de bateria. Com a necessária paciência,
outras vezes necessariamente sem ela, nasceram
cada uma das músicas, como um bricolage”.
Valeu a pena, vale sempre.