Mundo ao Contrário

 



Xutos e Pontapés


Universal | 2004

 

 

 

 


Por Eduardo Alves

Se fosse necessária alguma prova de vitalidade criativa, o mais recente trabalho dos Xutos servia como uma luva. Passados 25 anos de músicas e estonteantes performances a banda de Tim e Zé Pedro, decide-se por virar o mundo do avesso. O 17.º dico dos Xutos e Pontapés está aí para provar que existem muitas mais coisas para além de “best of” ou actuações ao vivo.
O mais recente trabalho dos Xutos, com novas músicas, era esperado há três anos. Na passagem pelo Rock in Rio – Lisboa, mais de 80 mil pessoas presenciaram a interpretação dos novos temas. Com a mesma forma de construção musical, tão própria da banda rock portuguesa mais conhecida, os Xutos voltam a apaixonar os seus apreciadores.
Visões próprias de quem é produz arte de forma instintiva, o Mundo ao Contrário é uma mão cheia de novas sonoridades que emprestam à banda ainda mais capacidade para continuar. O regresso ao estúdio, dizem no site dedicado ao mais recente trabalho que “a sala de ensaio onde decorreu este trabalho de construção de canções, é um espaço de grande, de enorme, intimidade. Lá, encontra-se o que se calhar é obvio: sete pessoas metidas numa pequena garagem adaptada, a lutar e a suar por uma série de minutos de música, cerca de duas dezenas de canções, esboços de letras, projectos de melodias, malhas de guitarra, breaks de bateria. Com a necessária paciência, outras vezes necessariamente sem ela, nasceram cada uma das músicas, como um bricolage”. Valeu a pena, vale sempre.