”Recordando José
Rabaça” é o título da obra
biográfica de José Rabaça, escritor,
industrial dos lanifícios e político apresentada
ao público covilhanense, na passada terça
feira, 29 de Junho, pelo seu autor, António Ramalho
Eanes.
O lançamento do livro deu-se nos Paços do
Concelho da Covilhã por iniciativa do seu edil,
Carlos Pinto, que viu sempre José Rabaça
como “um homem da Covilhã, mas um homem de
muitos universos – industrial, jornalista, político
e analista”.
Carlos Pinto contou aos presentes que teve a oportunidade
de conhecer José Rabaça, devido à
ligação de ambos à indústria
têxtil. “Era uma pessoa rural e cosmopolita,
capaz de falar da Europa, antecipando evoluções
a nível político, numa altura em que a participação
política não era nada fácil”,
descreve.
Recorde-se que José Rabaça foi uma das personalidades
mais importantes do período “eanista”
(1976-1986). Além de escritor, José Rabaça
ocupou, no campo político, os cargos de secretário
de Estado da Indústria Ligeira o I Governo Constitucional
e o de presidente da Assembleia Municipal de Manteigas.
José Rabaça ficou conhecido a nível
nacional pelos seus artigos de opinião no “Expresso”
e no “Jornal do Fundão”, tendo a curiosidade
de todos os artigos terminarem com uma referência
a Manteigas, a sua terra natal.
Como industrial dos lanifícios, tomou as rédeas
da empresa SOTAVE, chegando a empregar centenas de operários.
“Ele fez chamadas de atenção [nos
seus artigos] para um sistema industrial que estava obsoleto,
conseguindo fazer passar a sua mensagem apesar do controlo
da censura”, refere Carlos Pinto.
António Ramalho Eanes lembrou José Rabaça
como “um amigo próximo”, preferindo
usar citações da biografia, em que se utilizaram
testemunhos de pessoas que passaram pela vida de Rabaça,
do que palavras suas para o homenagear.
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