Maria da Conceição
Andrade está preocupada com a falta de apoio aos
idosos
|
Mestrado em
Sociologia
Apoio ao idoso no interior
é insuficiente
Maria da Conceição
Santos Andrade defendeu uma tese sobre a política
social geriátrica no interior, utilizando como
amostra o concelho da Guarda.
|
Por Daniel
Sousa e Silva
|
|
|
As políticas sociais
e a sociedade em geral são suficientes para apoiar
os idosos quando a sua situação é de
pobreza ou de dependência física ou mental?
A questão não é nova. Maria da Conceição
Andrade decidiu abordar o tema na sua tese de mestrado em
Sociologia ”Políticas Sociais de Apoio aos
Idosos: o Caso Particular do Concelho da Guarda”,
defendida na passada quinta feira, 24.
”Tentou-se provar que as políticas sociais
de apoio aos mais velhos no Interior são escassas
em relação às suas carências
e insuficientes no que respeita às necessidades das
famílias que têm a cargo idosos”, contou
a agora mestre, que viu a sua tese ser aprovada com a classificação
de Muito Bom.
Com base em dados dos Instituto Nacional de Estatística
(INE), Maria da Conceição Andrade fez um estudo
da população do concelho da Guarda, onde se
verificou que existem índices de envelhecimento que
passaram dos 31 por cento em 1960, para 209 por cento nos
dias de hoje. A esperança de vida média no
concelho da Guarda vai até aos 80 anos. “Tudo
aponta para exista cada vez mais idosos e menos jovens,
colocando em risco os índices de população
activa no geral”, denotou Maria da Conceição
Andrade.
No que toca a rendimentos, a mestre determinou que do universo
de idosos analisados 64 por cento possuem o escalão
mínimo de reforma. “Não existem vagas
nos lares públicos e os idosos não têm
dinheiro para irem para instituições privadas.
O que se pode fazer?”, atira, solicitando “soluções
para cuidar dos nossos idosos”. “Se não
existe dinheiro, dever-se-ia fazer uma priorização
das listas de espera dos lares, dando preferência
de entrada a pessoas com dependências ou invalidez,
já que a maioria das pessoas que os frequenta não
está dependente”, reitera.
A legislação diz que “os lares são
destinados a indivíduos dependentes”, por isso
Maria da Conceição Andrade defende um maior
controlo nas entradas e nos preços, apelando a uma
efectivação mais precisa das leis que regem
esta matéria.
Suzana Salvaterra Trovão Pereira Bastos, professora
associada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
da Universidade Nova de Lisboa, foi a arguente da prova,
sendo o restante júri constituído por Donizete
Rodrigues, professor associado da Universidade da Beira
Interior, João Dias das Neves, professor auxiliar
da Universidade da Beira Interior, e Maria Alice Tomé,
professora auxiliar da Universidade da Beira Interior. |
|
|