José Ramos Pires
Manso, responsável pelos ODES e docente da UBI,
confidenciou ao Urbi et Orbi o último estudo concluído
por aquele órgão, com sede na UBI.
O trabalho estuda a evolução do número
total de pensionistas e destes por Invalidez, por Velhice
e por Sobrevivência no Continente, na Região
Centro, na Cova da Beira e na Covilhã durante 12
anos, entre 1991 e 2002.
Nesse período, o número de pensionistas
cresceu menos na Região Centro, na Cova da Beira
e na Covilhã do que em Portugal Continental.
A Região Centro viu diminuída a percentagem
de pensionistas relativamente ao total nacional, o mesmo
tendo acontecido à Cova da Beira.
De acordo com o estudo, em 1991 na Região Centro
havia 475,8 milhares de pensionistas, o que representava
cerca de 20.52 por cento do total de pensionistas a nível
nacional, e em 2002, apesar do número de pensionistas
ter aumentado para 510,3 milhares, este valor apenas passou
a representar 19,13 por cento do total de pensionistas
nacional. Na Cova da Beira, de 1991 até 2002 o
número de pensionistas aumentou de 32,2 mil para
32,4, mas a sua percentagem no total nacional diminuiu,
passando de 1,39 por cento em 1991 para 1,21 por cento
em 2002.
O estudo considerou interessante associar estes períodos
aos primeiros-ministros que então governavam o
País para concluir que os maiores ganhos reais
dos pensionistas ocorreram durante os governos de António
Guterres (PS) – 1998/1999 e 1999/2000 – e
os menores ganhos ocorreram com Cavaco Silva (PSD) –
1993/1994 e 1994/1995 – apesar de ter havido ganhos
reais do poder de compra também nestes dois períodos.
Na Covilhã, a maior parte das prestações
recebidas pertence às pensões por Velhice,
seguindo-se as pensões por Invalidez e por último
as pensões por Sobrevivência. O montante
de pensões por Velhice representava em 2002 cerca
de 67 por cento do total recebido pela Covilhã,
enquanto que o montante de pensões por Invalidez
ascendia a 18 por cento e o montante de pensões
de Sobrevivência a 15 por cento, enquanto em 1991
o peso das mesmas pensões era, respectivamente,
de 59, 28 e 12 por cento.
Pires Manso junto das técnicas
do ODES
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O montante de pensões pagas pelos serviços
públicos tem vindo a aumentar, diz o estudo, apesar
de o seu peso na região Centro, que em 1991 se
situava em cerca de 18 por cento, ter diminuído
para 17 por cento em 2002. Também na Cova da Beira,
o seu peso percentual no bolo nacional decresceu, pois
o montante recebido pelos pensionistas desta região
passou de 7 por cento em 1991 para 6 por cento do total
do Continente em 2002.
O concelho da Covilhã tinha, em 1991, cerca de
62 por cento do montante recebido pelos pensionistas da
Cova da Beira e assim se manteve em 2002. Mas, se visto
o seu peso na região Centro e no País, então
conclui-se, continua o estudo liderado por Pires Manso,
que o montante abonado pela Segurança Social aos
beneficiários da Covilhã sofreu uma redução
de 3,9 por cento em 1991 para 3,7 por cento em 2002. O
montante recebido pelos pensionistas do concelho da Covilhã
aumentou no período de 1991 a 2002 cerca de 120
por cento, o que reflecte um crescimento médio
de 10 por cento ao ano, em termos monetários.
No que respeita à evolução do montante
médio recebido por cada pensionista, o estudo do
ODES verifica claramente que a linha do valor médio
da Cova da Beira fica abaixo da linha do valor médio
nacional. A Covilhã também se encontra abaixo
da média nacional, mas acima da média da
região Centro, ou seja, “em média,
o pensionista ganha mais do que o da região Centro
e do que o da Cova da Beira, mas ganha menos do que o
pensionista do Continente”.
Por tipo de pensões, a Covilhã apresenta
uma taxa média de crescimento inferior à
do País, em termos de crescimento das pensões
sociais, excepto no caso das pensões por Invalidez,
que apresenta uma taxa de crescimento superior à
registada em média no Continente.
Pode-se verificar que o montante médio recebido
por cada pensionista aumentou, no concelho da Covilhã,
de 1991 para 2002, cerca de 119 por cento em termos monetários,
reflectindo um crescimento médio de 10 por cento
ao ano.
O estudo observou que, em 1991, cada pensionista recebia
em média 92,7 euros por mês e, em 2002, cerca
de 203,33 euros, a preços correntes., o que significa
um aumento de cerca de 119 por cento, mas, em termos reais,
o valor médio passou de 146,6 para 203,3 euros,
o que revela um aumento de apenas 38,7 por cento.
Uma análise a preços constantes (reais)
permite concluir que os aumentos reais foram apenas na
ordem do 1,4 por cento para o total de pensões
no Continente, tendo a região Centro registado
um ligeiro aumento nas suas pensões, com a Cova
da Beira e a Covilhã a se situarem ligeiramente
abaixo.
Em termos do montante recebido por cada pensionista, a
Covilhã nem sempre tem registado aumentos reais.
O estudo do ODES determina que, de 1994 para 1995, bem
como de 2000 para 2001, os pensionistas da Covilhã
registaram diminuições do poder de compra
real. Nos restantes anos, verificaram-se acréscimos
do poder de compra real.
[Para
saber mais, veja em pdf a evolução pormenorizada
dos 12 anos abrangidos pelo estudo dos ODES]
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