Por Daniel Sousa e Silva


O bolo de aniversário continha, ironicamente ou não, uma auto-escada de brincar

Uma auto-escada de brinquedo a decorar o bolo de aniversário parece ser a única que os Bombeiros Voluntários da Covilhã (BVC) verão no seu futuro próximo. No passado domingo, 27, comemoraram 129 anos, com a bênção de três veículos novos: uma viatura de comando, outra com características especiais de montanha, com material de desencarceramento, e uma ambulância de fisioterapia com rampa eléctrica.
A falta de uma auto-escada e a impossibilidade da sua compra a curto e médio prazo é a grande carência dos BVC, mas os mais de 500 mil euros necessários à sua compra levam José Flávio, comandante da corporação a admitir que “é extraordinariamente difícil um corpo de bombeiros adquiri-la”. Da mesma opinião, Emídio Martins, presidente da Associação dos BVC, considera que a actual viatura está desactualizada e já não devia sequer estar em utilização. Emídio Martins contou aos jornalistas uma outra preocupação sua – a reestruturação do quartel, dizendo que “a casa tem de ser completamente transformada”. Destacou a difícil tarefa de preservar as cerca de 50 viaturas dos BVC, classificando-a de “quase milagre”. Um maior número de camaratas e o rebaixamento do tecto existente.
João Esgalhado, o vereador com responsabilidades delegadas na área da Protecção Civil, aproveitou o almoço de festa para anunciar que a autarquia iria apoiar o reforço do equipamento do carro de intervenção rápida adquirido este ano. “O grupo eléctrico em questão irá reforçar a capacidade das máquinas de desencarceramento e esperamos que este esforço venha a salvar algumas vidas”, disse o responsável, que lembrou ainda a ajuda à beneficiação do talhão que está reservado aos bombeiros no cemitério da cidade e que rondou os 12 mil e 500 euros.

BVC em 1035 páginas

João Nunes apresentou, na passada sexta feira, 25, “Vida e Obra dos Bombeiros Voluntários da Covilhã - Ontem e Hoje Volume I” e “Vida e Obra dos Bombeiros Voluntários da Covilhã – Vultos da Sua História Volume II”, nos Paços do Concelho. Seis anos após o início do seu trabalho a autor covilhanense termina uma obra que, nas suas palavras, “é uma marca histórica que fica dos BVC para a eternidade”. O presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, fez questão que o livro fosse lançado na sede da autarquia, já que se trata de “uma autêntica epopeia dos nossos bombeiros e que, mais do que um repositório de histórias, constitui-se como um serviço de voluntariado e um testemunho bibliográfico para as gerações mais novas”.
Os dois volumes custam 30 euros, um valor definido por João Nunes aos editores, “de forma a que seja acessível ao público em geral e não apenas a um número restrito de eruditos”, explica.