Noivos de São
Tiago
"Não nos sentiríamos bem se não
casássemos pela Igreja"
João e Catarina,
depois de sete anos de vidas cruzadas, com dificuldades
e problemas à mistura, vão agora consumar
um acto com um significado muito importante.
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Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi
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Ela, 23 anos, é simpática, extrovertida,
sabe o que quer, mas tem consciência das limitações
inerentes à sua volta. Ele, 36 anos, mais calmo
e menos falador. João e Catarina comemoram no próximo
mês de Setembro o terceiro aniversário casados
pelo Registo Civil, depois de já terem namorado
quatro anos. Enfim, uma vida em conjunto há sete
anos.
Este casal não é uma excepção
à regra daquilo que tem vindo a ser normal nos
outros casais. Ou seja as dificuldades económicas
e financeiras impediram o casamento pela Igreja. "Sempre
tivemos vontade de casar pela Igreja, mas não havia
hipótese de realizar esse casamento quando casámos
pelo Registo, porque os nossos pais são pessoas
pobres", explica o noivo. E diz Catarina logo a seguir:
"Foi chegar lá, assinar os papéis e
depois fizemos uma festinha só para nós
em casa, não dava para mais".
Mas apesar de não serem possuidores de grandes
riquezas, este casal tem duas particularidades em relação
aos outros casais. Uma delas é a segunda candidatura
aos "Noivos de São Tiago". "A primeira
vez que nos candidatámos foi em Setembro de 2001
quando nos casámos pelo Civil, mas como o João
foi operado, não pudemos casar na altura".
Uma fatalidade do destino que impediu a realização
desse sonho. Agora sim, e "depois de tanto tempo",
dizem, vão ter a oportunidade "merecida"
de o fazer. No entanto, a vida destas duas pessoas, que
hoje estão juntas e felizes, não passou
só pelos entraves monetários. Houve quem
não acreditasse neste amor, até porque a
diferença de idades é acentuada, mas, como
mostram, hoje provaram que venceram tudo e todos e que
a relação imperou. "Não nos
candidatámos o ano passado porque tínhamos
que ter a certeza de algumas coisas. Tivemos que pensar
bem e resolver uns problemas", diz a noiva. E como
essa certeza só surgiu agora, acharam que era "a
altura ideal para casar".
A outra particularidade prende-se com o facto de Catarina
já se ter vestido de noiva. "Casei-me pelo
Civil vestida de branco e foi muito giro". Ainda
que não seja um total novidade vestir-se de noiva,
Catarina assevera que "agora vai ser diferente"
porque, acrescenta, "vamos conseguir realizar um
sonho de uma coisa que é muito bonita e por isso
vai ser uma experiência única".
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