António Fidalgo
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Luta pela
AAUBI
Este ano houve três listas concorrentes
à AAUBI. Ainda o ano passado teve de haver uma
segunda marcação de eleições
para os órgãos sociais da associação
de alunos, porque pela primeira vez não houve qualquer
lista a candidatar-se aquando do período normal
de eleições. É de saudar, portanto,
o renovado interesse dos estudantes pela vida associativa
dentro da academia. A corrida foi renhida, houve segunda
volta e a diferença entre as duas listas finalistas
foi a de 554 votos da lista C contra 511 da lista R. A
lista vencida para a Direcção conseguiu
mesmo obter a presidência da Assembleia Geral.
Estão de parabéns os estudantes por, desta
vez, acharem que as coisas não podiam continuar
a degradar-se. O novo presidente, Nuno Costa, acha que
a academia está agora alertada para a renovação.
Ainda bem. É fundamental que os estudantes tenham
uma consciência aguda de que a vida de estudante
não se resume a aulas, exames e canudo. Estudar
é preciso, mas sob condição de que
não se abdique de uma plena participação
cívica na vida da universidade e mesmo da cidade.
O propósito de Nuno Costa de devolver a Associação
à cidade e aos estudantes é de registar
e de louvar. Oxalá os dirigentes associativos saibam
dinamizar e motivar os estudantes e, assim, dêem
azo a uma intervenção estudantil substantiva
na vida académica e na vida da cidade.
Nunca será de mais realçar a importância
dos estudantes universitários na vida de uma universidade.
Afinal são adultos e isso significa que devem agarrar
o seu destino. Não podem ser paus mandados, crianças
sob tutela, mas mulheres e homens de pleno direito que
necessariamente determinam a sua própria vida.
A universidade deve, aliás, constituir um espaço
privilegiado de cidadania dos estudantes, um espaço
adequado ao exercício da liberdade, da racionalidade
e da responsabilidade. E talvez não haja melhor
meio de exercer essa liberdade e de assumir a responsabilidade,
com que um jovem académico se torna de facto, e
não apenas nominalmente, num adulto, do que participar
activamente na vida associativa da sua academia.
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