O único vereador
da oposição da Câmara da Covilhã
advertiu novamente para “o risco da política
de empréstimos” da autarquia. O aviso foi
feito por Miguel Nascimento, na passada sexta feira, 4,
após a reunião de executivo, onde se aprovaram
dois empréstimos no valor total de três milhões
e 209 mil euros, com os votos favoráveis dos seis
eleitos pelo PSD, em contraposição com o
“chumbo” do vereador socialista.
Em declarações aos jornalistas, Carlos Pinto,
presidente da Câmara explicou as suas finalidades.
Um dos empréstimos, no valor de um milhão
e 257 mil e 601 euros, “destina-se a financiar obras
previstas no Plano de Actividades” da autarquia,
enquanto que o outro, de um milhão 952 mil e 286
euros, “vai servir para realizar obras do programa
Polis”. O edil explica que o município vai
recorrer à margem de endividamento de que dispõe,
de acordo com as directivas impostas pela Direcção
Geral das Autarquias Locais.
“Nunca votei contra qualquer empréstimo,
por apoiar o investimento da autarquia, mas há
limites”, referiu, considerando que “com a
sistemática contracção de empréstimos,
o PSD está a hipotecar o futuro da Câmara
da Covilhã”. O vereador adiantou ainda que
está preparado para ser atacado de “anti-obras
no concelho”, mas garante que o método de
financiamento escolhido “não pode ser o mais
adequado”.
Nascimento recorda que o passivo da autarquia se situa
em cerca de 76 milhões de euros e que “as
despesas com o serviço de dívida vão
registar a partir de 2005 uma progressão fortíssima,
com o fim dos períodos de carência dos 13
empréstimos já contraídos”
e que totalizam cerca de 52 milhões de euros. Acrescentado:
“No próximo mandato quem cá estiver
não vai fazer outra coisa senão liquidar
as despesas relacionadas com empréstimos”.
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