Por Daniel Sousa e Silva



Nascimento acredita que os prejudicados deste empréstimo serão os próximos autarcas à frente da Câmara da Covilhã

O único vereador da oposição da Câmara da Covilhã advertiu novamente para “o risco da política de empréstimos” da autarquia. O aviso foi feito por Miguel Nascimento, na passada sexta feira, 4, após a reunião de executivo, onde se aprovaram dois empréstimos no valor total de três milhões e 209 mil euros, com os votos favoráveis dos seis eleitos pelo PSD, em contraposição com o “chumbo” do vereador socialista.
Em declarações aos jornalistas, Carlos Pinto, presidente da Câmara explicou as suas finalidades. Um dos empréstimos, no valor de um milhão e 257 mil e 601 euros, “destina-se a financiar obras previstas no Plano de Actividades” da autarquia, enquanto que o outro, de um milhão 952 mil e 286 euros, “vai servir para realizar obras do programa Polis”. O edil explica que o município vai recorrer à margem de endividamento de que dispõe, de acordo com as directivas impostas pela Direcção Geral das Autarquias Locais.
“Nunca votei contra qualquer empréstimo, por apoiar o investimento da autarquia, mas há limites”, referiu, considerando que “com a sistemática contracção de empréstimos, o PSD está a hipotecar o futuro da Câmara da Covilhã”. O vereador adiantou ainda que está preparado para ser atacado de “anti-obras no concelho”, mas garante que o método de financiamento escolhido “não pode ser o mais adequado”.
Nascimento recorda que o passivo da autarquia se situa em cerca de 76 milhões de euros e que “as despesas com o serviço de dívida vão registar a partir de 2005 uma progressão fortíssima, com o fim dos períodos de carência dos 13 empréstimos já contraídos” e que totalizam cerca de 52 milhões de euros. Acrescentado: “No próximo mandato quem cá estiver não vai fazer outra coisa senão liquidar as despesas relacionadas com empréstimos”.






”Protestos da água são encenação”


O edil covilhanense aproveitou uma questão colocada a respeito do protesto junto à Fonte das Três Bicas contra o preço da água no concelho [ver notícia] para dizer aos jornalistas que tudo “não passa de uma encenação” liderada por pessoas com ligações ao Partido Comunista.
O presidente da Câmara não reconhece sequer a legitimidade do abaixo-assinado entregue na Assembleia Municipal em Fevereiro último entregue, subscrito por 3500 pessoas. “Nem sei se têm um contrato de fornecimento de água, por isso até poderiam ser 35 mil”, ironiza Carlos Pinto.