Por Daniel Sousa e Silva


O Anfitetro da Parada foi o palco das Jornadas

As I Jornadas de Neurociências da Beira Interior foram organizadas com o intuito de apresentar cientistas que se destacaram na investigação das neurociências aos alunos de medicina e à comunidade médica. È esta a explicação da dada no sítio electrónico de promoção da iniciativa decorrida na passada quarta feira, 26. Mas a adesão de alunos de outras licenciaturas levou o MedUBI a mudar o local inicialmente previsto, o anfiteatro do Hospital Pêro da Covilhã, com capacidade para 140 pessoas, para o Anfiteatro 1 da UBI.
Os alunos de Medicina aderiram em massa, mas também estavam presentes estudantes de Psicologia, Bioquímica e até de Enfermagem. Os mais de 200 inscritos levaram a que Vítor Simões, presidentes do MedUBI, estivesse “muito satisfeito”.
Uma das apresentações em destaque foi a de Paula Coutinho, do Serviço de Neurologia do Hospital de S. Sebastião, abordando o tema “Dez anos em busca de doenças raras: o rastreio de ataxias hereditárias em Portugal”. “Algo que para nós, futuros médicos, tem bastante interesse, já que as doenças genéticas são uma característica portuguesa”, esclarece Vítor Simões.
Luís Bigotte de Almeida, docente da UBI, falou sobre “O neurónio e o transporte axonal suicida” e “Neurobiologia da cor e do movimento” foi o mote da dissertação de Miguel Castelo Branco, da Faculdade Medicina da Universidade de Coimbra são mais dois exemplos do que se falou nesse dia.
O trabalho de escolha dos oradores foi feita em colaboração com os docentes da licenciatura em Medicina da UBI. “Tentamos conseguir dos maiores nomes ao nível da investigação nacional e, por isso, quem melhor para nos ajudar que os próprios neurologistas”, diz o dirigente de núcleo..
Este género de actividade extracurricular é, no entender Vítor Simões, “essencial, porque não se pode resumir a formação aquilo que é aprendido nas aulas”. As experiências trazidas pelos oradores são “um bom indicador para a nossa futura vida profissional”, conclui.
Algo que o dirigente de núcleo também evidenciou para a decisão de organizar as Jornadas foi a existência de dois grandes vultos portugueses das neurociências. Um do passado, Egas Moniz (vencedor do Prémio Nobel), e outro do presente, o best-seller António Damásio.
Para o futuro, está já planeada a segunda edição das Jornadas de Neurociências, “se possível com um formato mais alargado”, garante Vítor Simões.