"A Cinubiteca
pretende dar a conhecer o que de melhor se fez no cinema
português, mas projecta também os piores
filmes sem qualquer tabu". As palavras são
de Frederico Lopes, docente responsável pela programação
da Cinemateca da UBI, em relação à
escolha do filme "Fátima, terra de fé",
apresentado quinta- feira, dia 13.
Um filme produzido por César de Sá e encomendado
ao realizador Jorge Brum do Canto nos anos 40. Considerado
um dos piores filmes do realizador, a película,
segundo Frederico Lopes, foi "feita a pensar no êxito
de bilheteira e à custa da exploração
do fenómeno Fátima. Baseia-se na conversão
de Bissaia Barreto, famoso médico em Coimbra".
Brum do Canto usa a técnica com o intuito de provocar
emoções no espectador e conta a história
do Doutor Silveira, um médico que abandonou a família
devido a incompatibilidades religiosas. O médico
de Coimbra debate-se entre a fé e a ciência,
até que o acidente de equitação do
filho, José Augusto, o obriga a escolher. O Doutor
Silveira converte-se à fé e o filho doente
é salvo em Fátima por um milagre.
"O dramalhão "Fátima, terra de
fé", embora seja um mau filme, pode ser visto
com um importante documento do passado e mostra a submissão
dos realizadores portugueses à religião
oficial", conta Frederico Lopes. O filme, escolhido
no âmbito do ciclo "cinema português",
não fez sucesso junto dos cinéfilos da UBI
e reuniu uma escassa plateia.
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