Portobello Market
Londres
Por Catarina Moura
Saio na estação
de Nothing Hill Gate, a meio da manhã de sábado,
e mergulho directamente no denso mar humano que inunda
habitualmente o bairro neste dia da semana, fiel àquele
que nas últimas décadas se tem destacado
no profícuo mapa de estímulos londrino como
um dos mercados mais interessantes e diversificados da
cidade. Feito da colagem incerta e sempre mutável
de vários mercados que, aos sábados, parecem
ser um só, Portobello Market consome a longa rua
que lhe dá nome, ilustrando a já colorida
e atraente zona de Nothing Hill com as suas tendas e lojas
de antiguidades, roupa usada e feita à mão,
sapatos originais, bijuteria, quinquilharia e afins. A
meio as cores avivam-se quando o mercado subitamente se
veste de flores, frutas e vegetais, cujo bom aspecto reforça
o ar convidativo não só dos já reputados
restaurantes do bairro mas também das opções
mais rápidas oferecidas pelas diversas barracas
de comida já pronta que abundam por ali.
O passeio é longo e evolui lentamente, não
só porque a tentação leva a parar
a cada passo mas também porque o ritmo é
forçosamente ditado pela multidão. O esforço
é compensado quando nos deparamos com uma outra
peça deste puzzle que é Portobello, feita
de lojas de música, galerias de arte e boutiques
originais, onde abundam os vintage e as peças únicas,
a preços por vezes também eles um achado.
Avisto uma esplanada e avanço, recordando com um
sorriso as palavras que Caetano Veloso cantava há
uns anos atrás: “I walk down Portobello Road
to the sound of reggae, I’m alive”…
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