“Neste momento,
tenho um pedido feito à Universidade da Beira Interior
(UBI) para saber se o laboratório de Química
tem condições para efectuar todas as análises
químicas que nós necessitamos para aprovação
dos vinhos como análises exigidas para a exportação”,
disse ao Urbi et Orbi João Pedro Esteves, presidente
da Comissão Vitivinícola Regional da Beira
Interior (CVRBI).
João Pedro Esteves conta que a proposta de protocolo
foi entregue há dois meses e que, agora, está
“à espera de uma resposta da UBI”.
“Se estiverem preparados e certificados para fazerem
todas as análises, assinaremos um protocolo para
reduzirmos os nossos encargos”, confirma.
A CVRBI, tal como está descrito na sua
página electrónica, “emite certificados
de origem, selos de garantia e guias de trânsito”,
conseguidos através o exame analítico dos
produtos vínicos efectuados em laboratório
oficial, sendo a receita dos selos a sua fonte de rendimentos.
De momento, a CVRBI socorre-se do laboratório do
Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) para obter a certificação
dos vinhos produzidos na Região Vitivinícola
da Beira Interior (RVBI), pagando “um preço
elevado por esse serviço”, enquanto, por
exemplo, “as regiões da Bairrada e Dão
possuem laboratórios próprios”.
A Beira Interior não é excepção
ao processo de reestruturação das comissões
vitivinícolas regionais, actualmente em curso a
nível nacional. “Com a reestruturação,
vai haver a criação de uma nova unidade
de certificação. E teremos de colocar um
laboratório devidamente equipado para essa entidade
certificadora”, explica João Pedro Esteves,
avançando que se pudessem recorrer ao laboratório
de Química da UBI “os custos seriam substancialmente
reduzidos”.
Santos Silva considera ser
necessário avaliar a capacidade da UBI
|
|
Paulo Almeida, presidente do Departamento de Química
(DQ) da UBI, adianta apenas que se “está
a estudar essa possibilidade”, remetendo um comentário
institucional para o Reitor da UBI. Santos Silva, em conformidade
com o dito por Paulo Almeida, reitera que “o DQ
está a avaliar a possibilidade de se fazer as muitas
análises”. São necessários
mais de 300 testes diferentes. “Teremos de deslocar
recursos humanos e não podemos pôr em risco
o ensino e a investigação, mas se tivermos
capacidade a UBI deve colaborar”, adiciona.
João Pedro Esteves acredita que um protocolo com
a UBI “seria uma mais-valia”, porque tornaria
possível uma maior margem de lucro na venda dos
selos de certificação. A RVBI divide-se
em três sub-regiões: Cova da Beira, Pinhel
e Castelo Rodrigo, englobando cerca de 7000 viticultores.
“A Beira Interior é ainda muito pequena comparada
com outras regiões.” O presidente da CVRBI
compara, a título de exemplo, o Dão e a
Beira Interior: “Nós temos cinco adegas e
o Dão tem 23. Em termos de produtores engarrafadores,
nós temos à volta de 12 (há mais
um pedido), o Dão tem duzentos e tal. Por aqui
se vê a diferença na emissão de selos
e nas receitas.” O orçamento de 2003 da CRVBI
foi de cerca de 125 mil euros, enquanto o da Região
Vitivinícola Regional do Dão ascende a mais
um milhão de euros.
|