O Aeródromo da Covilhã foi palco de mais um festival aéreo
Festival aéreo
Céu é o limite

Acrobacias aéreas, aeromodelismo e baptismos de voo invadiram os céus da Covilhã nos dias 15 e 16 de Maio. Força Aérea e AeroClub de Portugal recusaram voar no Festival Aéreo por “falta de segurança no Aeródromo”.


Por Cátia Felício


Pitts Special subiu ao céu da Covilhã e encantou os presentes com acrobacias. Seis aeronaves, três delas do Museu do Ar, e as restantes de Torres Vedras, estiveram presentes no Aeródromo Municipal da Covilhã, que voltou a acolher o Festival Aéreo. A iniciativa contou, além do espectáculo acrobático com o Pitts Special, com baptismos de voo, fly-in virtual, feira de aeronáutica, simuladores e exposição de fotografia. Para animar os presentes, o AEROUBI convidou as tunas académicas da UBI. No certame actuaram a Desertuna, as Moçoilas e os Já b'UBI e Tokuscopus. Passeios ou acrobacias fizeram as delícias dos presentes. Entre 25 e 35 euros, quem quisesse só tinha de pagar para subir ao céu da Covilhã. Paulo Machado, aluno de Engenharia Aeronática da UBI, experimentou as acrobacias e referiu que "é uma sensação indescritível. Só estando lá é que se sabe!". Loopings e outras acrobacias entusiasmaram o aluno de Engenharia de Aeronáutica, que alimenta a paixão pela aviação.
A Força Aérea esteve presente, mas não voou «devido à falta de meios de socorro». José Nico, tenente geral da Força Aérea, garantiu que "A Força Aérea não vai voar sem bombeiros".
Manuel Salta, presidente do AeroClub de Portugal, trouxe ao Aeródromo um “histórico”. "Também é um Pipper e, apesar de ter meio século, faz anualmente 50 horas de voo na altura dos fogos florestais", salientou. A aeronave bi-lugar tem seis horas de autonomia e "tem sido intensamente usada na campanha de vigilância e prevenção de fogos". Segundo o presidente do AeroClub de Portugal, sobre a ausência de Bombeiros no local, "as aeronaves têm segurança, mas falta tranquilidade porque não há meios de evacuação, bombeiros, uma ambulância. Não fazemos baptismos de voo sem bombeiros". Manuel Salta acrescentou ainda que "não está cá nenhum meio de combate a incêndio ou de evacuação, caso haja algum incidente, como pode acontecer com princípio de incêndio no arranque do motor".
Bruno Raposo, por seu lado, garante que estavam assegurados todos os meios de socorro, ainda que no local não estivesse nenhuma viatura dos bombeiros. "Se assim não fosse não se realizaria o Festival Aéreo", sublinha o membro do AEROUBI.
O Festival Aéreo que tem como objectivo divulgar a aeronáutica nasceu em 1996 e apenas durante dois anos não foi possível realizá-lo devido ao mau tempo, como esclarece Bruno Raposo. O evento organizado pelo AEROUBI, Núcleo de Aeronáutica da UBI, realiza-se anualmente e é aberto a quem queira participar.