Noivos de São
Tiago
Jovel casal vê sonho tornado realidade
Os "Noivos de
São Tiago" estão à porta. Carla
e Nelson Lourenço, casados já há
seis anos pelo registo civil, são um dos pares
da festa. Uma cerimónia que é um sonho,
sobretudo para ela, que sempre quis "vestir-me de
noiva".
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Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi
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Carla e Nelson Lourenço são
um dos casais que fazem parte da edição
deste ano da iniciativa da Câmara Municipal "Noivos
de São Tiago", a realizar no próximo
dia 25 de Julho, dia do padroeiro que abençoa os
casais.
O jovem casal vê agora uma oportunidade "de
ouro" para ver um sonho realizado: casar pela Igreja.
Carla e Nelson já estão casados pelo registo
civil há seis anos. Desde então vivem juntos
numa casa em plena vila do Paul, mas com uma pequena companhia.
Lara, que faz três anos em Junho, é a alegria
da casa e é o primeiro rebento daquele casal. Na
verdade, para Carla e Nelson, era um desejo realizado
se Lara pudesse ser a menina das alianças dos pais.
Um pormenor que, como esperam, com certeza vai ser ajustado.
Em conversa com o NC o simpático casal conta que
quase não se candidatavam a esta iniciativa. Isto
porque ambos pensavam que só poderiam concorrer
os residentes na Covilhã. Foi quando "as colegas"
de Carla elucidaram-na que, de facto, não era assim.
"Eu estava a tirar um curso e soube pelas minhas
colegas que as pessoas que também habitassem na
zona pertencente à Covilhã, também
podiam concorrer", relata Carla. Foi então,
confessa, "que decidi candidatar-me e tentar a minha
sorte ,apesar de estar convencida de que iria ser difícil
porque não sabia o número total de inscrições".
Como sempre fora um sonho de Carla, a noiva mostra o seu
entusiasmo só de pensar que podia entra na Igreja
vestida de noiva. "Eu nem queria acreditar, achei
uma óptima ideia porque já estávamos
casados e sempre sonhei vestir-me de noiva", admite.
Mas a felicidade de Carla tornou-se mais evidente quando
a informaram, aquando da candidatura, de que "normalmente
até havia poucas inscrições e que
não necessário excluir ninguém",
revela. "Fiquei logo contente e foi quando pensei
que poderia realmente ser uma noiva de São Tiago",
enfatiza, feliz, Carla.
Carla e Nelson asseguram que já têm tudo
preparado para o grande dia. "Já telefonámos
para a família, está tudo tratado, mas ainda
há algumas dúvidas para esclarecer",
afirma o noivo. Uma delas é saber até que
idade é que as crianças ocupam um lugar
, já que podem levar cerca de 30 pessoas.
A dois meses e meio do casamento, o casal confessa estar
ansioso e não pensar noutra coisa, se não
na cerimónia. "Só se casa uma vez na
Igreja e um convívio destes não acontece
todos os dias", lembra Carla. E o facto de se casarem
com outros casais não os inomoda mesmo nada.
A cerimónia religiosa tem lugar na Igreja de São
Francisaco no Jardim Público.
Como Carlos PInto, presidente da autarqui local, já
o tinha afirmado, " o cortejo nupcial tem saída
marcada para os Paços do Concelho em direcção
à Rua Direita, com final no Jardim Público".
Há seis anos foi
"casar e vir embora"
Segundo Nelson, só falta mesmo a cerimónia
religiosa, uma vez que, há seis anos atrás
"foi só casar e vir embora". "Nem
um jantar fizemos na altura e vamos aproveitar esta oportunidade
também para reunir os pais, a família e
os meus irmãos que estão todos no estrangeiro",
sublinha o noivo.
Apesar do sonho ter sido deixado para trás, este
nunca foi esquecido ou posto de parte. "Há
seis anos atrás, não fizemos nada por que
estávamos mais interessados em casarmo-nos, em
tentar arranjar a nossa casa e as nossas coisas",
esclarece. Depois, continua, "compramos um carro
e tivemos a nossa filha e como não somos ricos,
porque não aproveitar esta oportunidade que dão
para as pessoas se poderem casar?", questiona Nelson.
De facto, a questão económica foi a principal
influência que levou Carla e Nelson a candidatarem-se
à quarta edição dos "Noivos
de São Tiago".
"Comprámos a nossa casa e estámos a
pagá-la, os ordenados são baixos, a Lara
está na ama e daqui a um mês estou desempregada",
declara, triste, a noiva. Carla já tirou um curso
de operadora de máquinas de fiacção
no CILAN. Neste momento está a acabar o curso de
chefes de linha, confecção, mas tudo indica
que vá ficar novamente sem trabalho. "Não
tenho emprego certo e à partida vou ficar outra
vez em casa", lamenta. "Está difícil
aceitarem pessoas e tudo o que temos até agora
é com muito sacrifício", declara. E
como "o casamento ainda acarreta muitas despesas",
diz, "esta oportunidade não nos pode fugir
porque não temos custos nenhuns".
Actualmente, Nelson, 30 anos, é merceneiro. Carla,
27, espera conseguir arranjar emprego o quanto antes.
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