A Câmara da Covilhã
aprovou a abertura de um concurso para a contracção
de um empréstimo no valor de um milhão e
250 mil euros. A decisão foi tomada, na passada
sexta-feira, 7, na reunião do executivo municipal.
A iniciativa surgiu depois da autorização
dada pelo Governo às autarquias para recorrerem
ao crédito.
Carlos Pinto, presidente da autarquia, recusou comentar
os contornos do empréstimo, dizendo apenas que
o dinheiro se destina à realização
de “várias obras”.
O único vereador da oposição, Miguel
Nascimento, votou contra a contracção do
empréstimo, mostrando-se muito desagrado no final
da reunião. Miguel Nascimento referiu que “este
é o 14º empréstimo contraído
pela Câmara da Covilhã em dois mandatos de
maioria PSD”.
“Tenho vindo a alertar a autarquia e a cidade em
relação à dívida crescente
da Câmara. Há a ideia errada de que as câmara
municipais não vão há falência,
mas há muitas câmaras espalhadas pelo País
que estão em falência técnica, sendo
obrigadas a estabelecer um acordo com o Governo”,
conta Nascimento, reiterando que não deseja o mesmo
destino para a autarquia covilhanense.
Miguel Nascimento, afirma, por outro lado, que não
está contra a realização das obras
que os empréstimos vão tornar possíveis,
mas alerta para os custos que dessas realizações.
Entre 2008 e 2014, segundo o socialista, “vai ser
difícil a quem estiver na Câmara fazer outra
coisa que não seja pagar os empréstimos”.
O vereador do PS apresentou alguns números, como
sendo “um problema grave”. “Há
um tipo de ponderações interessantes em
termos de evolução da dívida da autarquia,
comparativamente com a população existente.
Verificamos, em termos estatísticos que, em 1997,
cada covilhanense devia 63 contos, em moeda antiga, em
2002 este valor subiu para 240 e, em 2003, é de
282”, acrescenta, ao mesmo tempo que afirma estar
a trabalhar no sentido de saber onde é que o dinheiro
está a ser investido: “É preciso saber-se,
para cada empréstimo, que obras foram financiadas
e que obras se concluíram”.
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