NC / Urbi et Orbi


Em Setúbal, o Covilhã mostrou a garra habitual

O filme já não é novo e voltou a repetir-se em Setúbal. Nos momentos iniciais o Covilhã surpreende, consegue chegar ao golo, mas depois falta-lhe a força para segurar o adversário. Resultado: mais uma derrota, a 21ª, para os serranos.
João Cavaleiro prometeu que apesar da descida à II B já estar consumada, a sua equipa dignificaria sempre o clube e lutaria sempre até ao fim. E está a cumprir. Infelizmente para a turma leonina e para os seus adeptos, a capacidade de luta e de entrega não tem sido suficiente para alcançar resultados positivos. O jogo do último domingo é bem o exemplo disso. Os beirões entraram bem. Melhor até que o seu adversário que luta pela subida à Superliga. Criaram boas oportunidades e chegaram ao golo à passagem do quarto-de-hora: Rui Andrade, com um disparo a 30 metros da baliza, surpreende a defesa e o guardião Tigrão, que se limita a seguir a trajectória da bola com o olhar. Os adeptos sadinos ficaram de queixo caído. O “lanterna vermelha” do campeonato voltava a bater o pé ao todo poderoso Vitória. E o fantasma do jogo da primeira volta (os serranos venceram 2-0 no Santos Pinto) pairou sobre as bancadas do Estádio do Bonfim.
Mas era sol de pouca dura. Os forasteiros ainda conseguiram manter o ascendente durante mais alguns minutos. Até Carlos Carvalhal ter mexido na equipa. O técnico faz sair Costa, que não cumpria com a missão de segurar o meio-campo, e manda entrar Manuel do Carmo. Aos poucos, os setubalenses equilibram o jogo e chegam ao intervalo com o controlo absoluto. Jorginho, Meyong e Zé Pedro não davam descanso à linha defensiva serrana – onde alinhou pela primeira vez a titular o jovem de 16 anos Nuno Coelho – e o golo adivinhava-se. Depois de várias oportunidades desperdiçadas, o tento do empate acaba por surgir de forma algo feliz para os locais. Meyong tenta o cruzamento para a área mas a bola acaba por embater no corpo de Rui Morais e ressalta para a baliza sem que Celso, enganado pelo desvio no companheiro, pudesse fazer nada.

Reviravolta na segunda parte

No segundo tempo o Setúbal aparece em campo mais aguerrido e determinado em conquistar os três pontos tão necessários para não arriscar a saída da zona de promoção. No entanto, a ansiedade atraiçoava os pupilos de Carvalhal, que continuavam a falhar no último terço do terreno. O Covilhã, por seu lado, raramente consegui progredir no terreno e vivia manietado pelo colete de forças imposto pelos da casa. Sufocados, os serranos foram perdendo a clarividência e nem as entradas de Dani e Viola para a linha ofensiva trouxe nada de novo. Apenas por duas vezes os comandados de Cavaleiro conseguiram criar perigo junto da baliza de Tigrão, mas nunca desfrutaram de situações de golo eminente.
Aos 73 minutos, os da casa deram o golpe final no “leão da Serra”. Meyong, mais uma vez, desmarca Zé Pedro na área serrana que atira cruzado à saída de Celso e faz o 2-1. O resultado manteve-se até ao apito final de Hélio Mendonça, apesar de o Covilhã nunca baixar os braços e ter procurado chegar ao empate.
Na próxima ronda os serranos recebem a turma do Maia, quinta classificada na tabela da Liga de Honra. Com viagem marcada para o escalão inferior, resta aos jogadores covilhanenses tentarem dar uma última consolação aos sócios no último jogo da época no Municipal Santos Pinto.