Nuno Teotónio Pereira falou
do património enquanto identidade nacional
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Arquitectura
Moderna Portuguesa
Um património
nas nossas mãos
Sensibilizar para
a preservação do património e a memória
da sociedade foi o objectivo de uma conferência
que teve lugar na Biblioteca Municipal da Covilhã.
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Por Cátia
Felício
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Preservar é a palavra
de ordem. A Biblioteca Municipal da Covilhã recebeu,
na passada quarta-feira, dia 28, o arquitecto Nuno Teotónio
Pereira, para apresentar a conferência "a importância
da salvaguarda da arquitectura moderna". A apresentação
foi precedida pelos discursos de Paulo Monteiro, do IPPAR
distrital de Castelo Branco, e de Manuel Lacerda, arquitecto
e chefe de estudos do IPPAR.
Segundo Paulo Monteiro, "um País pode perder
a sua independência política, económica,
mas pode permanecer de pé graças ao seu património".
E adianta, "quando se trata da nossa singularidade
cultural, se queremos continuar como nação,
temos que dar atenção ao património
cultural". Por seu lado, Manuel Lacerda salienta que
o objectivo é "conhecer o que existe, porque
conhecer as coisas é o primeiro passo para as preservar".
A arquitectura sofreu as mudanças dos regimes que
se foram instaurando ao longo dos anos. Desde que se produziam,
segundo Teotónio Pereira, "formas arquitectónicas
que não se preocupam com a nação",
até ao momento em que passam a expressar-se os valores
nacionais e o poder do Estado. Na Covilhã, o arquitecto
recorda-se que ainda não tinha acabado o curso quando
teve em mãos a responsabilidade de reconstruir a
Igreja de Santiago.
Da arquitectura fascista, o arquitecto aponta o exemplo
do Sanatório da Estação, que agora
será recuperado para uma pousada. Ao falar nos passos
que precederam a arquitectura moderna, frisa que "atravessámos
também uma arquitectura falsa, que não tinha
a sinceridade que teve durante todos os séculos".
Na conferência, o Teotónio Pereira aproveitou
para sugerir à Autarquia covilhanense que seja feito
um inventário da arquitectura na cidade. Nas palavras
do arquitecto, "há edifícios exemplares
que desaparecem e há conjuntos interessantes que
merecem ser preservados". O Mercado Municipal que data
de 1940, é, segundo o arquitecto, um edifício
com muita qualidade e um bom exemplo da primeira fase que
Portugal atravessou a nível da arquitectura. Teotónio
Pereira adianta ainda que "numa segunda fase, temos
edifícios como a Garagem de São João,
que suponho que seja da década de 50".
Numa conferência em que a arquitectura moderna foi
olhada como um património em risco, enunciou-se várias
vezes a preocupação em sensibilizar para esse
perigo.
Trata-se
de uma exposição itinerante |
Divulgar património do País |
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A exposição está a
correr o País. Já esteve no
Porto, Lisboa, Alcobaça, Faro, Évora,
entre muitos outros lugares, e desta vez
ancorou na Covilhã. Meia hora após
a conferência, que ocorreu pelas 18
horas, a Biblioteca Municipal da Covilhã
inaugurou a exposição "Arquitectura
Moderna Portuguesa 1920-1970 - Um património
para salvaguardar".
A exposição consiste numa
amostragem dos resultados do projecto de
levantamento que o IPPAR tem vindo a desenvolver
na área da arquitectura moderna portuguesa
e tem como objectivo divulgar o património
mais recente e sensibilizar para a necessidade
da sua salvaguarda.
A Covilhã é o 17º lugar
onde esta mostra é apresentada. Manuel
Lacerda adianta que a exposição
se divide em três partes: cronologia
(acontecimentos importantes no País),
50 painéis (incluem as obras e um
pequeno texto descritivo), e 10 painéis
que têm como temas escolas, cinemas
e hospitais, pousadas, e moradias, entre
outros.
A exposição está patente
na Biblioteca Municipal da Covilhã
até ao dia 12 de Maio.
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