Carvalho da Silva (à esquerda)
e Camilo Lourenço (à direita)
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Conferência
organizada pelo UBIGest
Desenvolvimento económico
em debate
Num formato diferente
do habitual, o Núcleo de Estudantes de Gestão
da UUBI organizou a primeira conferência de um conjunto
de conferências que pretendem substituir as Jornadas
de Gestão. Carvalho da Silva e Camilo Lourenço
estiveram presentes no primeiro debate.
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Por Andreia
Ferreira
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Numa altura em que o mercado
de trabalho atravessa dificuldades devido à globalização,
torna-se necessário apresentar de forma clara quais
os principais problemas que esta acarreta e algumas soluções
possíveis para os combater.
Atentos ao estado da economia portuguesa, os alunos do Núcleo
de Estudantes de Gestão da UBI convidaram Carvalho
da Silva, secretário-geral da CGTP, e Camilo Lourenço,
director da revista "Mais Valia", para falar sobre
o assunto.
Num debate animado, na passada quarta feira, 21, o sindicalista
Carvalho da Silva centrou toda a questão numa perspectiva
de socialização. Há uma crise efectiva
no mercado português mas, do seu ponto de vista, "não
se pode olhar tanto para a dimensão da economia,
há que ter em conta também as dimensões
sociais".
A inexistência de uma política de emprego gera
insegurança e instabilidade laboral devido, por exemplo,
à multiplicação das rescisões
dos contratos a prazo. A solução é,
para Carvalho da Silva, promover a segurança no trabalho
e apostar no espírito empreendedor desde os tempos
de faculdade. "A universidade deve debruçar-se
sobre como criar mecanismos que conduzam ao empreendedorismo",
acrescenta o sindicalista.
Camilo Lourenço, por sua vez, apresenta pontos de
vista diferentes de Carvalho da Silva, mas concorda que
a realidade empresarial deveria aproximar-se da pedagogia.
Refere que uma das reformas mais importantes "era fazer
com que, em cada ano lectivo, os alunos passassem três
meses de estágio em empresas".
A característica fundamental para a empregabilidade
é a adaptabilidade, aliada à inovação.
As empresas têm que se preocupar com a modernização
de processos servindo-se da tecnologia. O fundamental é
"treinar as pessoas para que possam enquadrar-se nos
cânones de funcionamento moderno das economias das
empresas".
Carvalho da Silva discorda pois, "não pode funcionar
a ideia de que tudo é global e só temos que
nos adaptar". Concorda apenas em que a inovação
é o futuro, mas "não se pode, de um momento
para o outro, modernizar tecnologicamente a agricultura,
por exemplo, senão teríamos muitos desempregados".
"Tem que ser uma inovação gradual",
defendeu.
Para Camilo Lourenço, a inércia do País
deve-se ao facto de existirem "muitos patrões
em vez de empresários" que exploram os trabalhadores.
A solução é que o Governo "forme
mentalidades no sentido da inovação e proceda
a uma regulação mais apertada para combater
esses patrões".
Os intervenientes do debate discordam em relação
aos métodos, mas os fins são os mesmos e todos
passam pelo desenvolvimento económico. |
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